Estádio do CEPE tem estrutura comprometida

Construído em 1975 para os Jogos Pan-Americanos que não ocorreram, estádio não foi reformado desde então por falta de verba da USP

Arquibancada do estádio sofre com rachaduras e infiltrações (foto: Marcela Gonsalves)
Arquibancada do estádio sofre com rachaduras e infiltrações (foto: Marcela Gonsalves)
A atual gestão do Cepeusp quer decidir junto à reitoria o que será feito com o estádio do campus. Construído em 1975, foi uma das obras de infraestrutura feitas para receber os jogos Pan-Americanos, que seriam realizados em São Paulo. Por causa de um surto de meningite na cidade, a sede do Pan foi transferida para Cidade do México. O estádio, porém, ficou. E até hoje não foi palco de nenhum campeonato – nem de reformas. Acabou tornando-se um ônus para a universidade.

De acordo com Carlos Bezerra de Albuquerque, diretor do centro desde 2006, é preciso planejamento para decidir o que será feito, como e quando. Ele se diz otimista em relação à disposição do reitor João Grandino Rodas para discutir o assunto, mas ressalta que as mudanças não acontecerão necessariamente na sua gestão, já que qualquer obra envolveria uso de verbas da universidade e processos burocráticos.

Para Bezerra, “houve um erro brutal no planejamento do Pan-Americano”. Isso porque se investiu em uma infraestrutura dentro da universidade que ela mais tarde não teria condições de manter. Outro problema em relação à localização do estádio é que realizar um evento ali geraria um considerável impacto: as avenidas e as travessas próximas ao CEPE ficariam congestionadas e entrariam no campus diversas pessoas sem vínculo com a USP.

Propostas

Quem frequenta o CEPE sabe que o campo de futebol é bem aproveitado para treinos e jogos. A arquibancada, por outro lado, é subutilizada e está com sua infraestrutura comprometida após mais de três décadas sem manutenção. No ano passado, os organizadores do evento Megarampa tinham o estádio como uma de suas opções para realizar a competição. O estudo que fizeram, porém, mostrou que isso só seria possível se obras fossem feitas na arquibancada.

Em relação à infraestrutura há, oficialmente, apenas alguns relatórios feitos pela Coesf (Coordenadoria do Espaço Físico) por solicitação do Cepeusp. O mais recente foi emitido no ano passado. Nele, porém, constam apenas informações sobre o Velódromo. Até hoje não foi feito nenhum laudo técnico. Segundo Roseli Bernardo, diretora administrativa do centro, elaborá-los requer recursos para contratar uma empresa especializada.

Na opinião de Bezerra, o ideal seria derrubar as arquibancadas e deixar apenas o anel inferior para abrigar os espectadores, até porque sua capacidade – para aproximadamente 35 mil pessoas – é muito acima da necessária para receber apenas eventos internos.