USP em ritmo de samba

Combinando música com esporte, as baterias transmitem a tradição e a técnica entre os alunos, que aprendem uns com os outrosjogos

Nas torcidas dos jogos universitários, nas festas ou nas tardes de ensaio, elas sempre estão presentes. Já consideradas uma modalidade nas atléticas, as baterias fazem parte do cotidiano de muitos uspianos interessados em torcer e curtir uma boa música. E, em meio ao ritmo inconfundível de tamborins, caixas e surdos, elas têm muitas histórias para contar.

A primeira bateria de que se tem notícia é a da Medicina, fundada em 1983. Segundo Rafael Severino, Diretor da Modalidade (DM) na faculdade, a bateria começou pequena, com apenas três ou quatro instrumentos, e foi crescendo ao longo dos anos. E foi somente em 1997 que suas músicas começaram a ficar mais parecidas com os sambas que ouvimos no carnaval.Hoje, a bateria conta com cerca de 40 alunos e desfila num bloco de rua pré-carnavalesco, o Folia, que mobiliza grande parte dos alunos da medicina e tem acontecido todos os anos desde 2003, saindo da região da Luz.

No caso da Rateria, a bateria da Poli, tudo começou em 1997, com a vontade de alguns amigos em criar uma roda de samba na faculdade. Segundo Gonzalo Peinado (Argentino), atual mestre da Rateria, com o passar do tempo as pessoas foram gostando e o grupo aumentou. Desde então, “a Rateria tomou mais os moldes de uma bateria universitária”, explica. De acordo com ele, foi com o apoio do Grêmio e da Atlética que, posteriormente, a Rateria começou a adquirir, também, uma cara de bateria de torcida.

Gonzalo conta ainda que o desenvolvimento técnico da bateria se deu através de alguns membros que iam ensaiar em escolas de samba, e repassavam o que aprendiam para os outros integrantes. “Foi completamente artesanal”, afirma. Sobre o apoio da Universidade nesse processo, diz que, no começo, eram vistos apenas como um grupo de alunos que faziam barulho, mas que, agora, recebem diversas propostas da própria USP para tocar em seus eventos.

A Rateria em 1999, dois anos após sua fundação (foto: Arquivo da Rateria)
A Rateria em 1999, dois anos após sua fundação (foto: Arquivo da Rateria)

Relação com a USP

Em 2007, devido a queixas relacionadas a ensaios em locais que atrapalhavam aulas e outras atividades administrativas, a Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp) entrou em contato com as baterias para que buscassem uma solução que beneficiasse a todos. “Não se cogitava proibir os ensaios, apenas encontrar um jeito deles se integrarem de uma maneira harmônica com as demais atividades realizadas no campus”, diz Cristina Guarnieri, diretora de relações institucionais da Cocesp.

Com contribuição do Cepeusp, as baterias agora ensaiam fixamente na raia, onde foram construídos um piso e uma cobertura para acomodar os grupos. Atualmente, a Cocesp mantém esse relacionamento com seis baterias (Rateria, Batereca, Bateria S/A, Bateria Duracell, Bateria da FAU e a Cia. Maracaxá, um grupo de Maracatu), mas, segundo Cristina, há planos de expandir as negociações com outros grupos que ainda ensaiam no campus.


Competição de baterias terá sua segunda edição no dia 25

A Balatucada é promovida pela Associação das Bandas, Blocos e Cordões Carnavalescos do Município de São Paulo (ABBC). Será uma competição entre 10 faculdades paulistanas, entre elas a FEA, a Poli e a Medicina da USP.

O evento vai acontecer no dia 25 de setembro, sábado, a partir das 13 horas, na quadra da escola Camisa Verde e Branco, localizada no bairro da Barra Funda.