Alunos deixam marcas nos muros da USP

Das diversas manifestações artísticas que podemos ver pelo campus, pinturas, desenhos e grafites são as que mais  ganham destaque aos olhos de todos os que passam por aqui. Alguns lugares mais específicos, como a ECA e a FAU, naturalmente mais ligadas às artes, têm grandes concentrações de desenhos e composições, se tornando “points” da arte urbana na USP.

O senso comum coloca a diferença entre pixação e grafite na dualidade entre a brutalidade e a beleza. Frederico de Sá, aluno de Artes Plásticas (que assina em seus grafites como Fr3D) explica que essa denominação é tipicamente paulista. “Se tem permissão é uma composição, uma instalação… Grafite é uma forma de protesto que existe desde a Roma Antiga. O grafite em si é vândalo. ‘Pixação’ é só um sinônimo que surgiu aqui em São Paulo”.

O aluno explica que a USP é, de certa forma, desinteressante para essa forma de arte. Como sua manifestação baseia-se na dominação do espaço e reputação, o campus não traria a exposição necessária para os desenhos. “Aqui dentro as pessoas se expressam muito, mas não é necessariamente um spot do grafite da cidade. A permissividade excessiva não atrai os grafiteiros. Não tem sentido fazer nada grande aqui, pois você não está confrontando ninguém”. Assim, o maior número de composições é de alunos, os quais usam os espaços para praticar técnicas e divulgar seu traço, marcando uma identidade.

Mesmo assim, podemos encontrar pela universidade grandes nomes desse mundo que, em algum evento ou festa, acabaram por deixar sua marca. Em uma parede da reitoria, podemos ver uma barata pixada por Binho Ribeiro, curador da atual exposição do MuBE (museu brasileiro da escultura), “Graffiti Fine Art.”