Cai qualidade de cursos na USP

A USP aumentou pela metade as vagas na Fuvest, ampliou o campus e introduziu novos cursos, mas os resultados estão aquém aos desejados.  Neste ano, a USP não entrou no ranking  Times Higher Education/2010, que classifica as 200 melhores universidades do mundo.

A comunidade USP diverge sobre os novos cursos. Rodrigo Queiroz, professor da FAU e do curso de Design, disse que o curso alia inovação a pesquisa: “O curso de Design é um dos mais concorridos da USP. Os alunos têm feito excelentes trabalhos no âmbito da pesquisa e inovação, valorizados externamente e pelo mercado de trabalho”.

Artur Severino, morador da Zona Leste e pai de uma estudante na EACH (USP Leste), afirma que os novos cursos ministrados no campus servem apenas para apaziguar as críticas sobre o caráter elitista da USP. “Se na verdade esses cursos novos aqui na EACH fossem valorizar a USP como um todo,  aqui deveria ter pelo menos um dos cursos tradicionais, como Medicina, Direito, Economia, etc”, concluiu.

Hélio, aluno do curso de Ciências da Atividade física na EACH, discorda do currículo de alguns cursos novos. “O curso de Ciências da Atividade Físicadeveria ser uma especialidade do curso de educação física. O de gerontologia, na minha opinião, deveria estar dentro do curso de psicologia, ou serviço social. Vários cursos deveriam estar dentro de outros”, criticou.

Especialistas alegam que a queda da USP em rankings está atrelada ao planejamento deficiente de  ações tidas como modernizadoras e à limitação presente em certas áreas de pesquisa. Carlos Costa, professor da FAU e coordenador do recém criado curso de Design, admitiu ser preocupante o fato do curso estar formando a primeira turma, e até agora não ter sido aprovado um programa específico em pós-graduação  para a área. “Apesar de existirem  outras áreas em pós, correlacionadas ao Design, nós estamos reivindicando uma  especifica, mas até agora não fomos atendidos. Como resultado, os alunos que desejarem fazer uma pós específica ficarão impossibilitados”, disse.

Procuramos ouvir responsáveis das Pró-reitorias de Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação para se manifestarem a respeito do assunto, mas fomos informados por meio da Assessoria de Imprensa que não haveria um posicionamento: “As unidades criam os cursos sem qualquer interferência das pró-reitorias, portanto, são as unidades que devem se manifestar a respeito do assunto”, respondeu.