Combate à dengue na USP não atinge Crusp

Projeto Cidade Universitária Meu Ambiente deixa de fora Conjunto Residencial da USP; FSP desenvolve armadilhas contra mosquito

Com a aproximação das chuvas de verão, a preocupação com a dengue aumenta. Na USP, em especial na Cidade Universitária do Butantã, há o projeto Cidade Universitária Meu Ambiente que prevê o combate da fêmea do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Segundo, o engenheiro José Eduardo de Sá Sonnewend, gestor do projeto e Diretor da Divisão de Planejamento, Cadastro e Infraestrutura da Cordenadoria do Campus (Cocesp), não há o controle direto da doença, “Nosso trabalho diz respeito à prevenção, controle, eliminação e monitoramento de possíveis criadouros e da presença do mosquito Aedes aegypti.” Em cada unidade é formada uma comissão, treinada pelos especialistas da FSP para manusearem as armadilhas desenvolvidas e evitarem situações que possam se tornar criadouros do mosquito. A intenção é que esse projeto se expanda para outros campi.

Professor Paulo Urbinatti aspirando local de foco da fêmea do mosquito (foto: Projeto Meu Ambiente)
Professor Paulo Urbinatti aspirando local de foco da fêmea do mosquito (foto: Projeto Meu Ambiente)

De acordo com José Eduardo, o Crusp é um local pertence à unidade da Coseas e está coberto pelo projeto. “A participação de  moradores do Crusp na comissão da Coseas será sugerida e todos que quiserem participar serão bem-vindos”.

Entretanto, muitos moradores desconhecem a ação e não possuem assistência quanto à eliminação de possíveis criadouros do mosquito. Nivaldo dos Santos Macedo Filho, estudante de Letras e morador do Crusp há quatro anos, diz nunca ter sido informado sobre nada relacionado à prevenção da doença. Diz também nunca ter sido visitado por nenhum agente em busca de recipientes com água parada. Allyson Rafael, estudante de economia e morador há oito meses, também não teve nenhuma recomendação contra a dengue.

Monitoramento

Para monitorar a presença da fêmea do mosquito, a Faculdade de Saúde Pública (FSP) desenvolveu uma armadilha para atrair a espécie. O biólogo Paulo Urbinatti, pesquisador do Departamento de Epidemiologia da FSP e colaborador do projeto  Meu Ambiente, explica que as armadilhas Adultrap são pequenos recipiente escuros instalados próximos a locais de grande circulação de pessoas, ambiente que atrai a fêmea do Aedes Aegypti.

A armadilha Adultrap instalada na Poli (foto: Projeto Meu Ambiente)
A armadilha Adultrap instalada na Poli (foto: Projeto Meu Ambiente)

Essas armadilhas foram instaladas em setembro do ano passado e permitiram a criação de um mapa que indica a presença do mosquito na USP. O mapa está disponível no site da Cocesp. Até o fim de outubro desse ano, novas armadilhas serão instaladas no campus Butantã. Em lugares como o Instituto de Física, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e a Academia de Polícia Civil, foram encontradas fêmeas da espécie. Apenas na Academia de Polícia houve uma segunda varredura em abril de 2010 com a aspiração elétrica da vegetação ao redor.

O projeto é realizado pela Coordenadoria do Campus (Cocesp), em parceria com a Faculdade de Saúde Pública (FSP), com o Laboratório de Cartografia e Georeferenciamento do Departamento de Geografia da FFLCH, com o Instituto de Pesquisa do Discurso do Sujeito Coletivo e com a participação de técnicos da Vigilância Ambiental do Butantã.