Esporte reflete conflito social

Em qualquer competição universitária existem torcidas dispostas a defender sua faculdade com unhas e dentes.  Porém, até que ponto a prática do esporte universitário e as rivalidades geradas nas competições são positivas? Para responder a essa pergunta, o JC entrevistou a professora Ana Lucia Padrão dos Santos, do Departamento de Esporte da EEFE.

Ana Lucia conta que a competição e a vontade de vencer fazem parte da natureza humana, mas que é necessária a existência de uma educação para o esporte para que o atleta não entenda seu adversário como inimigo.  “Se você usa do esporte para atividades eticamente ou moralmente condenáveis do ponto de vista social, como hostilizar a outra torcida, então ele é prejudicial, pois não há o benefício da construção do indivíduo e do cidadão”.

De acordo com a professora a prática esportiva é uma forma de catarse, de liberar tensões. “Algumas teorias falam que o esporte é quase uma micro sociedade em que todos os conflitos e as tensões da sociedade maior se refletem. Algumas pessoas acabam dando outro sentido para a competição ao extravasar conflitos e fazer em quadra o que não fariam em outro ambiente”, explica.

Ana Lucia acredita que um congresso técnico com profissionais capacitados que orientassem as atléticas, a arbitragem e os técnicos poderia ser benéfico ao esporte universitário. “Dar um sentido social às competições e criar regulamentos mais preparados para lidar com problemas e tensões que surjam é fundamental para que o esporte seja saudável”.