ExpoFau 2010 abre arquivos e expõe cartazes históricos do evento

É possível recontar a história e fazer arte através de cartazes? Em janeiro, a Academia de Artes e Ciência Cinematográficas organizou uma mostra com cartazes dos indicados ao Oscar de melhor filme entre 1936 e 1943. O objetivo – lembrar ao mundo que, de início, dez filmes eram indicados para o prêmio e que a mudança anunciada para 2010 não trazia nada inédito. Também em março deste ano a Fundação Perseu Abramo organizou uma exposição sobre os 30 anos do PT, contados através dos cartazes do partido. Ações como essas inspiraram a comissão organizadora do ExpoFau a abrir seus arquivos, expondo cerca de trinta anos de cartazes para reconstituir a história da mostra.

Organizado pelo grêmio da FAU desde a década de 1970, o ExpoFau é um evento que reúne alunos, professores e funcionários para expor obras e  propor debates e instalações. Em 2010, a mostra ocorre entre os dias 08 e 19 de novembro. Mas já há algumas semanas, quem sobe pela rampa do prédio até o primeiro pavimento pode dar uma olhada nos cartazes da exposição. Segundo Clarissa Lorencette, membro da comissão organizadora, esse resgate pretende “reforçar o papel propositivo da FAU”, ao estimular a participação no evento e incentivar a produção artística na faculdade.

Acompanhando as tendências de cada época, os cartazes passam em retrospecto parte da história do design e suas transformações – desde os cartazes generosamente coloridos da década de 1980, até os traços minimalistas da edição de 2000. Para Clarissa, isso acontece porque “mudanças ocorreram nesses 40 anos, no que se refere à estética e à tecnologia disponível. Além disso, a conjuntura política geral e da própria escola estão presentes em alguns cartazes”.

Para a estudante de arquitetura Lia Untem, esse material de divulgação também é arte: “Acho que o design gráfico de uma exposição e o design de suas instalações são tão importantes quanto a mostra em si”, afirma. Clarissa concorda: “Essa questão percorre o meio artístico, não havendo um limite do que se considera arte”.

(fotos: Rafael Ciscati)