Eleições para CAs colocam em pauta insatisfação dos alunos

O mês de novembro significa, para as faculdades da USP, a troca de gestão de seus Centros Acadêmicos. Em unidades maiores como a Faculdade de Direito (FD) e a Escola Politécnica (Poli), parte dos alunos mostra insatisfação com as chapas no poder. Na FD, o partido Resgate das Arcadas, há 3 anos liderando o CA XI de Agosto, perdeu as eleições para o Fórum da Esquerda. Na Poli, a Polinova, que geriu o Grêmio Politécnico em 2009 e 2010, encontra oposição na chapa Impacto Poli.

Renovação na FD

A São Francisco conta com um modelo de disputa eleitoral diferente do resto da USP. Há dois “partidos” que, embora mudem de nome, mantêm linhas de pensamento e modelos de gestão. Gabriel Landi, integrante do Fórum, diz que o Resgate vê o CA como apartidário e “prestador de serviços” para os alunos; já o Fórum busca promover a mobilização estudantil e os debates críticos.

Raphael Lavez, candidato à presidência do CA pelo Resgate, admite que a derrota do partido tem a ver com o tempo que passou no poder. “Quem entrou em 2008 ou depois só viu nossas gestões e não tem com o que compará-las.” Para Amanda Paulista, apoiadora do Fórum, a maior falha das últimas gestões foi não levar debates importantes aos alunos, como no caso da greve dos estudantes em 2009 e 2010.

Disputa na Poli

As eleições na Poli acontecerão nos dias 17, 18 e 19 de novembro, e as duas chapas já estão procurando apoio dos alunos. O presidente da atual Polinova – que concorreu sozinha no ano passado – Paulo F. G. Neto, diz que o debate é muito mais rico por haver um oponente esse ano.

Segundo André Gonçalves, organizador da Impacto, a chapa se formou depois de conversas com grupos da faculdade. “Muita gente não sabe o que é um representante discente, ou como pode pedir ajuda ao Grêmio. Nós queremos a reidentificação do politécnico com essa entidade.” Algumas das propostas são fazer reuniões abertas, realizar uma feira de tecnologia e o Congresso de Estudantes da Poli. A proposta da Polinova tem como objetivos maior apoio didático aos alunos, uma plataforma de sustentabilidade e a criação de um endowment, explica a integrante Ellen Ferreira. Pontos comuns entre as chapas são a criação de um happy hour e de eventos culturais, maior comunicação com os alunos e incentivo à sua participação no Grêmio.