Leitura dramática aproxima o público

Pétalas completam o ambiente das leituras (foto: Marina Jankauskas)
Pétalas completam o ambiente das leituras (foto: Marina Jankauskas)

Uma grande roda de cadeiras sobre um círculo de pétalas de rosa. Esse é o ambiente produzido para a leitura da peça “Os Exilados”, de James Joyce, a sexta a ser lida no “IV Ciclo de Leituras Públicas” do Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP), que começou em outubro e vai até dezembro deste ano. Durante três horas na tarde de quinta-feira, dia 18, os participantes leram a peça, se revezando entre seus personagens, sob uma atmosfera de liberdade e descontração.

O objetivo desses encontros, que ocorrem toda quinta-feira até 16 de dezembro, não é fazer leituras dramáticas. Segundo Deise Pacheco, orientadora de Arte Dramática no TUSP, o ciclo é a partilha de uma leitura pública, cuja importância é o “dizer o texto” e apreciá-lo em conjunto com os outros participantes. Para a orientadora, essa aparente simplicidade é favorável, pois garante que qualquer pessoa possa participar e entrar em contato com as peças teatrais: “a pessoa vem e sabe que vai simplesmente ler, não tem nada além disso”.

Esse é o quarto Ciclo de Leituras Públicas realizado no TUSP, e tem como tema “Perspectivas do Drama Moderno”, contendo peças de grandes nomes como August Strindberg, Henrik Ibsen e Anton Tchékhov. Começou com a habitual palestra de abertura, ministrada nessa edição por Welington Andrade, doutor em literatura brasileira pela USP. Segundo ele, é essencial que uma instituição pública desenvolva esse tipo de atividade, já que esses são clássicos que estão fora de circulação no teatro comercial, com quem o público dificilmente terá contato.