Loucura e poesia unidas à literatura

De histórias infantis a Marquês de Sade, os temas das atividades dos grupos de estudos de literatura da USP existem para todos os gostos.

Um deles, surgido em 2006 na Letras, é coordenado pela professora Verónica Galíndez-Jorge e chama Grupo de Estudos de Literatura, Loucura e Escritura (GELLE). A intenção do grupo é aproximar o objeto de estudo e a postura do pesquisador. De acordo com Juliana Bratfisch, membro do grupo, cada um tem sua pesquisa individual, que passeia entre autores brasileiros, como Machado de Assis e Mário de Andrade, e estrangeiros, como Flaubert, Baudelaire e Barthes.

O grupo de Poesia Lírica Moderna, coordenado pela professora Viviana Bosi da FFLCH, tem como base o livro “A verdade da poesia”, de Michael Hamburguer, traduzido por um membro do grupo, o aluno de doutorado Alípio Correia de Franca Neto. Cada mês, um participante é responsável por ler um capítulo e trazer exemplos para que abra a discussão. Renan Nuernberger, membro do grupo desde seu início em 2009, começou com a iniciação científica e hoje prepara seu projeto de mestrado. Neste ano, ele publicou um livro de poesias chamado “Mesmo Poemas” e revela que os grupos de estudo de poesia, sem dúvidas, ajudaram-no na produção. Seus poemas eram discutidos em reuniões e ele soube julgar o que era mais interessante.

A literatura infantil e para jovens também tem seu espaço. O grupo “Produções literárias e culturais para crianças e jovens”, coordenado pela professora Maria Zilda da Cunha, possui um olhar especializado nas traduções e adaptações da literatura para essa faixa etária. Contando com a participação de graduandos e pós-graduandos em Letras, de três jornalistas, duas psicólogas, roteiristas e especialistas em artes plásticas, o grupo é interdisciplinar para entender todas as linguagens em que a literatura infantil é traduzida, entender o mundo onde os jovens são leitores híbridos e mutantes e saber pensar em mediações mais interessantes que dêem conta na formação de um leitor literário. “A minha pesquisa nessa área das novas tecnologias é mais porque eu acredito na literatura e nas crianças”, diz Maria Zilda. A pesquisa é aplicada em crianças através de pedagogos.