Setores serão deslocados do campus

Plano de mudanças prevê a transferência de órgãos do prédio da Antiga Reitoria para locais dentro e fora da USP

Salas do sexto andar, antes ocupado pela Edusp, já estão vazias (foto: Alexandrino Nunes)
Salas do sexto andar, antes ocupado pela Edusp, já estão vazias (foto: Alexandrino Nunes)

Em abril de 2010, órgãos que funcionam no prédio da Antiga Reitoria foram notificados para abandonarem até dezembro o edifício, com o objetivo de se realocar departamentos da Reitoria. Segundo funcionária do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI), que funciona há 25 anos no primeiro andar do prédio, apenas a Livraria João Alexandre Barbosa, no térreo, e a Rádio USP, no primeiro andar, serão mantidas no local.

Inicialmente o reitor solicitou alguns espaços, depois avançou com a idéia e, por último, pediu todo prédio. A Edusp, antes notificada para deixar o sexto andar, reinstalou-se no quarto andar e agora terá de deixar o prédio. Segundo Alessandra* funcionária sênior da Edusp, ainda não se sabe ao certo onde a editora irá funcionar. “Acho que os serviços administrativos da Edusp irão para o antigo prédio do Detran, próximo ao parque Ibirapuera, ou no centro, a divisão comercial provavelmente optará pela locação de um galpão para depósito dos livros”.

O departamento técnico do SIBi foi o único setor que confirmou a mudança para este ano. De acordo com Flavia*, funcionária do departamento, ele está sendo transferido para um edifício na praça dos bancos, onde funcionou o HSBC. “Pelo ritmo da coisa concluiremos a mudança o mais tardar até janeiro do ano que vem”, conclui.

A maioria dos funcionários desconhece informações sobre o assunto. “Aqui apenas os diretores e outros responsáveis dominam o dossiê. Está tudo sendo tratado como um segredo. Nenhum funcionário está autorizado a falar sobre o assunto”, revela Carlos* da Agência USP de Inovação, que ocupa o sétimo andar.

Domenico Neto, do Sintusp, disse que a reitoria evita manter um posicionamento oficial, porque muda de opinião a todo momento. “No começo o reitor fechou a gráfica da USP; disse que iria ocupar apenas alguns andares do prédio, agora quer tirar todo mundo de lá, ignorando o diálogo com o Sintusp”.

Sobre as implicações que as mudanças causariam no trabalho e nas despesas dos setores, o Prof. António Sauaia, da FEA-USP e especialista em política de negócios e economia de empresas, afirma que, com os recursos eletrônicos e o uso do computador, o aspecto de aumento dos custos em função da mudança é relativo. “Para a área das mídias, as entrevistas podem ser feita pelos recursos eletrônicos, então, pode ser que o jornalista não precise se deslocar a todo tempo”, afirma.

Por meio da assessoria de imprensa, a Reitoria informou que a mudança é um projeto da atual gestão sem definições concretas. Por sua vez, a Coordenadoria do Espaço Físico – Coesf disse que não comentaria o assunto.

*nomes fictícios