Adolescentes armados abordam ciclistas na USP

A violência aumenta no campus e alguns dos responsáveis são menores de idade

Por volta das 9 horas do dia 14 de abril, um ciclista (que preferiu não se identificar) foi abordado por dois adolescentes quando se dirigia ao seu carro, estacionado na rua da Raia Olímpica, portando armas de fogo. Segundo ele, não havia muitos pedestres ou ciclistas no local.

A vítima conta que teve tempo de correr até um posto da Guarda Universitária para pedir socorro. A Guarda entrou em contato com a 93ª DP (Delegacia de Polícia), do Jaguaré, que chegou a tempo de capturar os assaltantes. O ciclista sofreu escoriações por ter caído durante a fuga.

A vítima conta que já é frequentadora do campus há muito tempo. “Pedalo na USP há 20 anos”, diz. Atualmente, pedala três vezes por semana. Esta é a primeira vez que é vítima de um assalto a mão armada.

Os menores, um com 15 e outro com 17 anos, foram encaminhados à 93ª DP. Segundo Carlos Alberto Delaye Carvalho, chefe da delegacia, eles portavam uma arma calibre 38 e não há indícios de participação em quadrilha. Eles serão encaminhados à Fundação Casa (atinga Febem).

O problema vai além

Sérgio Adalto, encarregado da segurança na USP, faz o turno das 6h às 15h, que compreende o horário em que a tentativa de assalto ocorreu. Ele afirma que, nesse período, o local que apresenta mais problemas é a região próxima ao muro da comunidade São Remo. “Nós fazemos rondas periódicas. Porém com essas manifestações que estão ocorrendo no campus, o [corpo] operacional acaba tendo prejuízo”, diz.

Carlos Alberto Lázaro, soldado da polícia militar que trabalha há seis anos na região, afirma que as próprias vítimas não contribuem com a melhoria da segurança no campus, deixando de registrar o boletim de ocorrência ou mesmo se recusando a voltar à delegacia para fazer o reconhecimento.