Alunos de Obstetrícia votam greve

As reivindicações respondem ao Relatório Melfi, que propõe o fim do curso

Em assembleia do curso de Obstetrícia da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP) realizada no dia 4 de abril, estudantes votaram greve. Foram 53 os votos a favor da paralisação, 28 contra e uma abstenção. O indicativo da medida já tinha sido cogitado no dia 1º de março. As estudantes do curso reivindicam pela não extinção do vestibular de Obstetrícia; pelo repúdio ao Relatório Melfi e pelo reconhecimento da formação em obstetrícia pela USP e pelos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem.

“A greve é para que a USP volte a olhar para o curso de Obstetrícia”, diz Nelly Cristina de Souza, estudantes do 2º ano do curso e membro do Centro Acadêmico. Os alunos dizem que não irão às aulas. A intenção é substituí-las por debates sobre a situação do curso. “Acho que os alunos têm autonomia para tomar a posição deles independentemente da dos professores. Mas a greve poderia ter sido pensada com mais calma”, diz a professora de Ciências Humanas Sociais e da Saúde da EACH, Elizabete Franco Cruz. Ela destaca que os docentes da Obstetrícia têm apoiado os alunos contra as medidas do Relatório Melfi, que estabelece o corte de 330 vagas na EACH e o fim do curso em greve.

Em reunião da Comissão de Graduação realizada no dia 5 de março, foi informado que a Escola seguirá o seu calendário normalmente. Até o fechamento dessa matéria, a reportagem não conseguiu contatar a direção para um posicionamento oficial.

Na próxima quinta-feira, 7 de abril, a Comissão de Graduação da EACH votará pela aprovação ou não do Relatório. Para a data, está marcada uma paralisação na EACH e um ato dos estudantes durante a reunião. A resposta da Comissão norteará o futuro da greve dos alunos. Na sexta-feira, 8 de abril, uma nova assembleia dos estudantes do curso votará pelo fim ou pela continuidade da paralisação.