Comissão de Graduação da EACH vota pela manutenção do curso de Obstetrícia

Após pressão de alunos e professores, a Comissão de Graduação da EACH votou com unanimidade pela manutenção do curso de Obstetrícia na Escola e de seu vestibular. A medida ainda terá que ser aprovada pela Congregação da Escola em sua próxima reunião, no dia 27 de abril. Incertos de um posicionamento final, alunos da Obstetrícia votaram por greve no curso.

Os estudantes reivindicam pela não extinção do vestibular de Obstetrícia; pelo repúdio ao Relatório Melfi e pelo reconhecimento da formação em obstetrícia pela USP e pelos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem. “Entendemos que um dos motivos para o fim do vestibular de Obstetrícia ser cogitado é a não aprovação dos Conselhos. Mas não temos o reconhecimento deles porque a USP não se posiciona com relação a isso”, afirma Nelly Cristina de Souza, estudante do 2º ano de Obstetrícia e membro do Centro Acadêmico do curso.

A professora de Ciência Humanas Sociais e da Saúde da EACH, Elizabete Franco Cruz, concorda com a pauta dos alunos, principalmente com a exigência do reconhecimento do curso pelos Conselhos de Enfermagem. “A lei que permite o registro da profissão de obstetriz existe. Cabe aos Conselhos de Enfermagem cumpri-la”, diz Elizabete, referindo-se à lei 7498 de 1986, que regula o Exercício Profissional de Enfermagem e também o trabalho de obstetriz.“Como o Cofen [Conselho Federal de Enfermagem] não nos legitima, nós gostaríamos que a USP defendesse o curso de Obstetrícia publicamente”, completa.

Alunos da Obstetrícia da EACH votam greve em assembleia (foto: Thiago Aguiar)
Alunos da Obstetrícia da EACH votam greve em assembleia (foto: Thiago Aguiar)

Relatório Melfi

Os pontos de pauta da greve respondem a ações da Universidade relacionadas ao corte de 330 vagas previsto no relatório Melfi, divulgado em 17 de março. O documento é resultado de um grupo de trabalho responsável por pensar em mudanças nos cursos da Escola. Segundo a direção da EACH, o grupo foi composto por docentes, coordenadores e alunos e discute as alterações desde julho de 2010. Entretanto, Thiago Aguiar, membro do DCE (Diretório Central dos Estudantes) que esteve presente na assembleia que votou greve, afirma que a elaboração do relatório não contou com a participação discente.

Para o movimento estudantil universitário, o Relatório Melfi está vinculado às novas diretrizes para os cursos de graduação propostas pela reitoria, em setembro de 2010. Até o fechamento dessa matéria, a reportagem não conseguiu contatar a direção da Escola para um posicionamento oficial sobre o assunto.