Treinamentos de Rugby devem deixar “meião” em breve

A pista de 400 metros do CEPE e seu gramado central, conhecido por meião, é uma das áreas mais democráticas para a pratica de esportes na USP. Como não é necessário agendar horário ou pagar uma taxa, é só chegar treinar. Podemos encontrar maratonistas, arremessadores de peso, times de baseball, eventualmente times de futebol (quando os campos estão em manutenção) e as equipes de rugby todos treinando ao mesmo tempo. É com esse ultimo que o CEPE está preocupado. Dado o crescimento do esporte, e as condições do gramado, ele entende que é hora de encontrar um lugar definitivo para a modalidade e por isso convocou uma reunião no ultimo dia 11, para discutir com os times algumas medidas.

O principal motivo da mudança é a qualidade do gramado. Segundo a diretora assistente do CEPE Carolina Magalhães, representante da USP na reunião, o estado do gramado impossibilita a pratica de qualquer esporte, que envolva corrida, com segurança. Diversas partes estão sem grama, a terra é ondulado, o que favorece torções, e em alguns pontos nos cantos existem buracos que vão facilmente até o tornozelo. Um deles, sinalizado com um cano, ultrapassa a altura do joelho e pode provocar uma fratura exposta em um corredor desavisado. Além disso, há motivos menores como o risco de acidente com os arremessadores de dardo, disco e etc. Porém nenhum dos entrevistados teve conhecimento de algum incidente sério e consideram a convivência entre as modalidades pacífica.

O CEPE agora disponibiliza o campo 5, mediante a reserva e o pagamento da taxa de manutenção, que varia de 65 a 80 reais por mês. Carolina diz que o ideal seria que todas as equipes deixassem de treinar imediatamente no meião, mas que o CEPE entende as dificuldades para se adaptar a esse novo sistema e por isso está esperando o movimento das atléticas. Diversos times treinam ao mesmo tempo, Carolina considera que isso é possível no novo local, e acha que as equipes poderiam se organizar para treinarem juntas, mesmo ele não comportando 50 pessoas ao mesmo tempo como às vezes acontece no meião.

As novas medidas são consideradas positivas por todos os times, apesar de ainda existirem algumas preocupações. Camila Vigneron, jogadora da seleção Usp de rugby, presente na reunião considera o mais importante a quebra do tabu de que os campos eram de uso exclusivo do futebol, mas se preocupa com a taxa de manutenção que pode estar além da capacidade de algumas atléticas menos abastadas.

Rafael Ishiyama DM do time da Poli considera que o mais importante é que a modalidade passa a ser ouvida e ter um diálogo com a administração, antes não havia escolha sobre onde treinar.  A Poli deve começar a treinar no novo local logo. Quanto à taxa ele diz que é inevitável.  Manter um gramado de qualidade é caro, ele demanda atenção constante, adubo, corte e etc.

Com saída do rugby, atletismo terá mais espaço (foto: Diego Gutierrez)
Com saída do rugby, atletismo terá mais espaço (foto: Diego Gutierrez)