Um curso em busca de um perfil

A USP iniciou neste ano um novo curso, o de Educomunicação. Essa licenciatura da ECA visa produzir especialistas que saibam mesclar o ensino tradicional com as novas mídias e tornar a aprendizagem mais atrativa para as próximas gerações.

O perfil dos alunos é muito variado. São pessoas de todas as idades, profissões e planos. Para os alunos, alguns aspectos da graduação ainda precisam de ajustes, como o aprofundamento dos assuntos tratados nas aulas.

A busca por definição

Diversidade. Essa é a palavra que melhor define o curso de Educomunicação.

Ao contrário do que ocorre na maioria das graduações, em que os estudantes têm entre 18 e 25 anos, aproximadamente 70% dos alunos está fora dessa faixa. Quase metade dos alunos já cursou uma graduação. Todas as áreas do conhecimento estão representadas, por engenheiros, filósofos, enfermeiras e diversas outras especialidades. Pessoas com perfis diferentes que pouco provavelmente se encontrariam em outro curso que não este.

A variedade não assusta os ingressantes. Gian Zelada, 44 anos, formado em Filosofia pela FFLCH considera essa diversidade um dos aspectos mais enriquecedores do curso. “Eu tinha receio de ser o estranho da turma e, de repente, vi que estava no meio de um bando de malucos que nem eu”, brinca. Outra curiosidade: dois terços desta turma são homens.

Turma de pioneiros: diversidade em sala de aula (foto: Diego Gutierrez)
Turma de pioneiros: diversidade em sala de aula (foto: Diego Gutierrez)
Educomunicador?

O mais surpreendente da nova licenciatura são as expectativas dos alunos sobre o que fazer com conhecimentos adquiridos. Em uma sala de aula de um curso de Direito a resposta será se tornar advogado ou juiz; em uma de Letras, se tornar professor ou tradutor. Mas na de Educomunicação as respostas são as mais variadas.

Giuliano Colombo, 17 anos e caçula da turma, conta que escolheu a carreira por considerá-la ampla e também muito promissora. Wilson Lopes, 50 anos, engenheiro eletricista e um dos mais velhos da turma, está interessado em aprender algo novo, entender a comunicação e demonstra interesse particular na área de cursos a distância. Maria Gloria Marcondes, 46 anos, professora de enfermagem, acredita que a licenciatura pode ajudar a melhorar a qualidade das suas aulas.

O professor Ismar Soares, coordenador da licenciatura, explica: “o curso é voltado a atender demandas por profissionais de nível superior na área de magistério, consultoria e pesquisa. A principal preocupação dos alunos é com o nível de aprofundamento e dificuldade das aulas, que vem tanto de um desejo dos professores de consolidar o curso quanto do fato de alguns alunos já estarem familiarizados com diversos assuntos, por serem graduados”.


Ficha:

Alunos: 30
Homens: 20
Mulheres: 10
Idades:
de 18 a 25 anos: 10
de 26 a 45 anos: 16
de 46 a 56 anos: 4
1ª Graduação: 17
2ª Graduação: 13
Graduações anteriores:
Letras, Química, Enfermagem, Comunicação Social, Filosofia, Ciências Sociais e Geografia