Atléticas competem por horários no Cepe

Complexo esportivo da USP prioriza cursos próprios e eventos em detrimento dos treinos organizados pelas atléticas das unidades

Um dos grandes problemas enfrentados no Cepe é a superlotação durante seu horário de pico (das 17h30 às 19h30). Números cedidos pela Liga Atlética Acadêmica da USP (Laausp), responsável por dividir entre as atléticas os horários de quadras cedidas pelo Cepe, mostram como a estrutura não é capaz de atender à demanda.

Em horário de pico, somente nas terças-feiras, as atléticas entraram com 33 pedidos de reserva de quadra, sendo que apenas 15 foram aceitos. Considerando todos os dias da semana, para o mesmo período, foram feitos 146 pedidos, dos quais somente 89 (60,9%) puderam ser atendidos.

Segundo Juliana Sayuri, responsável pelas reservas na Laausp, isso ocorre porque esse é o único período que agrega alunos de diferenter horários e os que trabalham, para treinar. “Não convém às equipes treinar em horários alternativos, afinal, o primeiro objetivo de todos são as aulas”, completa.

Estudantes da USP jogam vôlei recreativamente em horário de pico do CEPE (foto: Marcelo Pellegrini)
Estudantes da USP jogam vôlei recreativamente em horário de pico do CEPE (foto: Marcelo Pellegrini)

Reclamações

Existe a reclamação, tanto por parte das atléticas, quanto da Laausp, de que o Cepe não cede todos os espaços possíveis para o treino dos times. Exemplo disso é a indisponibilidade dos módulos 2 e 3 para as atléticas nas terças-feiras, no horário de pico, por conta das aulas de vôlei do Cepe. Há também as aulas de capoeira, que ocorrem no módulo 4 (quadra de vôlei e basquete) nas sextas-feiras, no mesmo período.

De acordo com José Carlos Simon Farah, Diretor Técnico do Cepe, as quadras são distribuídas de forma prioritária aos cursos do complexo. Em segundo plano estão eventos realizados no espaço, e então a Laausp.

Para Arthur Murakawa, Diretor Geral de Esportes (DGE) da Farmácia, o Cepe deveria tentar ceder mais espaços para as atléticas, visto que elas são o principal público do local. Segundo ele, a política beneficia uma minoria, “pois uma quadra, onde jogam dez pessoas, poderia ser ocupada por 20, divididas entre as duas tabelas de basquete”.

Farah afirmou não ser possível, pelo menos para o momento, alterar a situação. Segundo ele, falta espaço, já que o público aumentou, mas a estrutura segue a mesma. Há estudos para ampliação do número de espaços, mas é complicado, pois o Cepe não pode expandir seus limites. “Não dá para crescer para fora de sua cerca”, completa.

Outro lado

Há também reclamações em relação à forma como a Laausp divide as reservas entre as atléticas. O futsal masculino da Psicologia, que só pode treinar em horário de pico, não ganhou nenhuma reserva de quadra no início do ano, por um erro no envio do formulário com os pedidos.

Segundo ele, o Cepe de um limite de estrutura física e as pessoas que não treinam pelas atléticas também têm direito ao espaço. Para ele, cabe à Laausp encontrar um critério melhor para a distribuição dos horários que ela dispõe.