Estupro passa despercebido em dados oficiais da GU

Um estupro que aconteceu na Cidade Universitária não entra para as ocorrências da Divisão Técnica de Operações e Vigilância da Coordenadoria do Campus (DOV-Cocesp), mas aparece no banco de dados divulgado pela Polícia Militar. O estupro consta no primeiro quadrimestre de 2010, segundo a PM. A discrepância entre os números aparece em outros tipos de ocorrência, mostrando que a troca de  informações entre o Centro de Planejamento e Controle (CPC) e as policias é precária.

O Centro de Planejamento e Controle, coordenado por Osvaldo Teixeira, é responsável por catalogar ocorrências no campus planejando atividade operacional preventiva comunitária e integrar atividades de segurança do campus, por meio de um Plano Estratégico de Ação Semanal – com atividades conjuntas compondo o policiamento militar, e as empresas terceirizadas que apoiam no sistema. “Semanalmente são realizadas reuniões onde se discute, com base nas estatísticas, a atuação da Guarda Universitária (GU) no Campus e no atendimento das ocorrências” (site). As estatísticas são desenvolvidas em parceria entre o Setor de Informação e Análise (SIA) e o CPC. O SIA é que recebe os dados “atualizados diariamente para lançamento estatísticos, análise de dados e históricos e os direciona para planejamento operacional”.

Em entrevista ao Jornal do Campus em maio de 2010, o diretor da DOV, Ronaldo Pena, elogiou o programa de segurança da USP. Oficialmente, apesar do período de mudanças após o assassinato de Felipe, a USP mantém o modelo de Segurança, composto pela Guarda Universitária, empresas terceirizadas de segurança e Polícia Militar (agora, com a PM atuando mais intensamente no campus). Pena anunciou também melhoria da iluminação, algo que agora ressurge como proposta de melhoria da segurança da USP. Em 2010, ele achava que o programa de Segurança da USP era o melhor do Brasil.

Até o fechamento dessa edição, a redação não conseguiu contatar Ronaldo Pena e Osvaldo Teixeira.