Fazendo a diferença: USP e seus projetos sociais

Universidade oferece diversos programas de ajuda à sociedade, muitas vezes desconhecidos

Aulas de português, oficinas de teatro, conscientização sobre a relação com animais de estimação, atendimento médico e ensino de Libras, a língua brasileira dos surdos. Essas ações podem até não conseguirem mudar o mundo como um todo, mas fazem a diferença para uma boa parcela da população. E é neste sentido que alunos, docentes e até mesmo formados sem mais nenhum vínculo com a universidade pensam e colocam em execução algumas ações sociais.

A redação do Jornal do Campus selecionou alguns dos projetos sociais criados dentro da USP e espalhados pela cidade de São Paulo. Afinal, esta é uma das missões da universidade: devolver o dinheiro de impostos pagos pela sociedade com ações que a população possa tirar proveito.

Existem programas que sequer contam com uma denominação oficial, mas mesmo assim conseguem atender à população. É o caso das aulas de reforço em matemática ministradas por professores do IME (Instituto de Matemática e Estatística) a alunos de escolas públicas. Projeto parecido com o realizado pelo alunos da GeoJunior, empresa júnior da Geociências, que ensinam geologia a professores da rede pública, por considerarem o ensino da disciplina precário até mesmo na rede privada.

Em outros casos, o projeto é mais reconhecido. É o caso da Poli Cidadã, uma iniciativa da Escola Politécnica que coloca os alunos para trabalhar nos mais variados tipos de programas. Até já foi feito um modelo de eletrificação para favelas e uma bússula especial ára deficientes visuais.

Reconhecimento que se transforma até em prêmios em determinadas ocasiões. É o caso da Bandeira Científica, da Faculdade de Medicina, eleito em 2009 o melhor projeto de extensão do país. Alunos dão consultas médicas grátis à população carente.

Na Escola de Comunicação e Artes (ECA), o destaque é o Projeto Redigir. Nele, alunos de jornalismo tomaram a iniciativa de dividir o ‘poder da escrita’ e decidiram dedicar-se a ensinar a língua portuguesa a pessoas com mais de 16 anos, oriundas de escolas públicas.


Construindo sorrisos (FO)

Na Faculdade de Odontologia, os alunos, através da Odonto Jr., realizam o Construindo Sorrisos, um projeto que visa a promoção de saúde bucal para crianças e pré-adolescentes por meio de palestras, brincadeiras educativas e atendimentos odontológicos.


Projeto Redigir (ECA)

Criado em 1999, o projeto oferece aulas gratuitas de gramática e redação. Seu foco, porém, é a língua portuguesa como instrumento de cidadania e mudança social. O público são alunos com mais de 16 anos vindos de escola pública, embora o perfil seja bastante hetereogêneo.


Poli Cidadã (Poli)

Desde 2004, o projeto estimula alunos e professores da Poli a desenvolverem projetos de caráter social. Eles vão desde bússolas eletrônicas para deficientes visuais até modelos de eletrificacão para favelas. Além de escolher propostas já existentes, os alunos podem cadastrar seus trabalhos de Formatura ou feitos para alguma disciplina da faculdade.


Projeto Santuário (FMVZ)

Em 2009, um grupo de alunos da faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia começou a se reunir para discutir a relação entre humanos e animais. O resultado foram aulas em escolas públicas para conscientizar alunos do ensino fundamental sobre zoonoses e sobre a relação com os bichos de estimação.


Projeto Piá (FE)

Desde 1997 o Projeto Piá existe como um espaço educativo voltado para crianças entre 6 e 15 anos no Clube Escola da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. A rotina envolve atividades como roda de conversa, leitura de histórias, atividades dirigidas pelos educadores, lanche e a possibilidade das crianças brincarem livremente.


Projeto Nasce (EACH)

O projeto surgiu em 2004 mas só sobreviveu por iniciativa de alunos da EACH, que o assumiram em 2008. Desde então, as oficinas são o destaque, com aulas de línguas, redação, informática, xadrez, teatro, entre outros.


Curso de Libras (EACH)

Você acha que a USP está preparada para receber alunos surdos? Provavelmente não. Pensando nisso, o professor Rafael Silva fundou um curso de Libras (Língua Brasileira de Surdo) e, desde 2010, dá aulas a alunos e professores da USP e da rede pública.


Bandeira Científica (FM)

Criada por alunos de medicina, foi eleito o melhor projeto de extensão do país em 2009. O projeto atua para melhorar a saúde e a qualidade de vida de municípios carentes do país, por meio de consultas médicas, consultorias e atividades educativas.