Funcionários do Cepe deverão socorrer usuários

Morte em abril volta as atenções às necessidade de um melhor atendimento de primeiros socorros aos frequentadores do Centro

A preocupação para dar amparo médico aos usuários do Cepe aumentou após a morte, no último mês de abril, de um funcionário da Física enquanto jogava futebol no local. O professor Carlos Bezerra de Albuquerque, diretor do Cepe, garante que no mês de maio os funcionários passarão por um curso de socorrista. “Com ele, os funcionários seriam capazes de analisar a gravidade da situação e realizar uma assistência básica ao usuário ou encaminhá-lo ao Hospital Universitário (HU), caso haja necessidade”, explica.

Segundo o diretor, o campus está com um processo em andamento para a contratação de uma ambulância própria. “Faremos uma reunião no próximo dia 13 para discutir o assunto”, conta Bezerra. A intenção é que ela esteja disponível para o uso em todo o campus do Butantã. Além disso, o equipamento de desfibrilador do centro esportivo será trocado por um mais moderno.

Enquanto essas mudanças não acontecem, os usuários do Cepe sofrem com a falta de primeiros socorros básicos. O problema não é visto apenas em casos de risco de morte, como o que aconteceu em abril, mas também em lesões.

“Ninguém sabe falar o que é preciso fazer: se eu faço compressa fria ou quente”, reclama Marina Fagali, jogadora da ECA que sofreu um estiramento na coxa durante uma partida de basquete no sábado de manhã.

Lesões como torções podem ter a inflamação amenizada com o uso de gelo logo após o trauma. “Gelo é essencial como analgésico para reduzir o edema e a dor”, explica o médico Sergio Cagno. No entanto, o departamento de aluguel de material do Cepe apenas fornece um saco de gelo pequeno que não é eficiente para tal procedimento.

“Existem caixas de primeiros socorros espalhados por todo o centro”, argumenta Bezerra. Segundo relatório da diretoria, essas podem ser encontradas em dezesseis pontos. Elas contêm esparadrapos, algodão, água oxigenada, cloreto de sódio, Band Aid, entre outros materiais. Questionado sobre a falta de conhecimento que os usuários têm sobre esse kit, Bezerra afirma que com a presença dos socorristas ele será sempre utilizado.

Outra questão é a sala médica, que apesar de ser usada para consultas pré-agendas, já chegou a dar suporte de primeiros socorros a usuários. Porém, seu funcionamento é de segunda a sexta das 7h às 19h, ou seja, nos horários de pico do uso do Cepe não há essa assistência. Além dos treinos noturnos, os campeonatos que acontecem no final de semana também não recebem suporte médico.

“O ideal é que tenha um socorrista preparado para atender os atletas que disputam a CopaUSP e os Jogos da Liga. Porém, este gasto encareceria a inscrição das atléticas nos campeonatos, tornando-se inviável no momento”, explica Adriana Vedovello, vice-presidente esportivo da Liga das Atléticas Acadêmicas da USP (Laausp).

Jogador sofre lesão e não recebe assistência (foto: Daniela Bernardi)
Jogador sofre lesão e não recebe assistência (foto: Daniela Bernardi)