Assassinato na FEA provoca reações

Foi depois da 0h do dia 19 de maio que o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa entrou na Universidade de São Paulo para investigar ocorrência de um assassinato. O corpo estirado no chão, alguns repórteres e muitos policiais. No campus, silêncio e a escuridão costumeiros, cortados pela clareira de luz causada pelos holofotes televisivos e pela sirenes da polícia no bolsão da FEA. “Parece um episódio de CSI”, lembrou um jornalista quando viu a cena.

A mãe de Felipe Ramos Paiva, 24, passou a virada do dia olhando para o corpo, que pouco depois seria a principal imagem repercutida em todos jornais. Os holofotes viraram-se para captar o sofrimento da mãe chorando, em desespero.

Foi latrocínio, segundo as investigações. A reação levou ao tiro. Dos dois bandidos um só lutou e o outro deu cobertura, segundo delegado Valter Dualibi, primeiro encarregado do caso. Oito suspeitos foram ouvidos, um retrato falado divulgado. Nenhum criminoso, e o processo entrou em sigilo de inquérito.

No dia seguinte ao crime, comoção generalizada. Velas, cartazes e a certeza, pelo menos entre os alunos da FEA, de que a situação era um estopim. “Queremos segurança. Queremos a PM no Campus”, disseram os estudantes em manifestação na FEA. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ofereceu reforço na segurança. “Já falei com o secretário da Segurança Pública e ele vai fazer um trabalho em conjunto com a USP”, disse.

Mas depois, veio o Palocci, o Código Florestal, Strauss-Kanh, fronteiras da Palestina. O caso de Felipe foi se voltando para dentro. A entrada da Polícia aprovada e os estudantes confrontando-se, ora com as autoridades, ora entre si, sobre os projetos de segurança na Universidade.

Além do usual investigador, o crime está sendo acompanhado por uma promotora. “Foi um caso de repercussão”, definiu o delegado Dualibi.

Local do crime que chocou a comunidade USP (foto: Rafaela Carvalho)
Local do crime que chocou a comunidade USP (foto: Rafaela Carvalho)