Camargo Guarnieri será reformado

Com obras no Anfiteatro, eventos culturais devem ser transferidos para espaços abertos, como a Praça do Relógio e Raia Olímpica

O anfiteatro Camargo Guarnieri será elevado a Núcleo das Artes, a partir de projeto da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU). Para tanto, uma grande reforma está agendada.

As obras terão início no segundo semestre deste ano e deverão terminar no mesmo período de 2012. Aproximadamente R$ 9 milhões correspondentes a recursos orçamentários da USP serão gastos no projeto.

Considerando a interdição do espaço durante a reforma, a Assessoria de Projetos Especiais da PRCEU anunciou uma proposta de transferência de atividades culturais desenvolvidas no anfiteatro para locais como Praça do Relógio, Raia Olímpica, Anfiteatro Romano e Praça das Ideias.

“O anfiteatro tem que passar por reformas porque tem problemas de fiação e carpetes mofados”, avalia a pró-reitora de Cultura e Extensão, Maria Arminda Arruda. A intenção é reunir em um só lugar todos os espaços artísticos da Universidade. Coralusp, Osusp, Cinusp e Tusp são exemplos de órgãos que terão, ao lado do futuro Núcleo das Artes, salas anexas para a organização de seus eventos no novo espaço.

Após a elaboração dos projetos executivos de construção, segue junto à Coesf (Coordenadoria de Espaços Físicos da USP), a abertura de processo licitatório para a realização da reforma. Novos Espaços No momento, a Pró-Reitoria está estudando os espaços abertos que sejam capazes de comportar ações culturais durante as obras. Critérios técnicos de localização, preservação do patrimônio físico e do meio ambiente serão prioridade para a efetivação dos projetos.

Segundo proposta preliminar, concertos, debates e conferências poderão se tornar atividades comuns na Praça do Relógio, por exemplo. “A grande questão é acomodar muitas pessoas na Praça”, diz Abílio Taveres, assessor de Projetos Especiais da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão.

Espaço para quem?

A preocupação do assessor foi um dos motivos alegados pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) para a proibição do show da Calourada Unificada na Praça do Relógio em fevereiro deste ano. “De acordo com a Coesf [na época] um espaço aberto não teria a segurança que deveria [para a realização do show]”, diz Tatiane Ribeiro, diretora do DCE. A entidade foi obrigada a utilizar o Velódromo para a realização do show e teve isenção do aluguel do espaço. Do contrário, conta Tatiane, a USP não apoiaria a efetivação do evento com nenhuma infra-estrutura.

Questionados sobre um possível favoritismo para realização de eventos culturais da Pró- Reitoria de Cultura e Extensão, em espaços abertos da Cidade Universitária, Tavares esclarece que: “não é diferente o procedimento feito com a Pró-Reitoria e o DCE. Ao PRCEU foi pedido um projeto que será submetido ao Conselho Universitário”.

Procurada pela reportagem do JC, a Coesf não se manifestou.