Estudantes da Faculdade de Medicina e de Direito encontraram uma opção ao Crusp e às repúblicas: as casas dos estudantes. Com conceitos similares, as Casas são alojamentos ligados às suas respectivas faculdades e localizados próximos às mesmas.
Apesar das semelhanças, as moradias são marcadas pelas diferenças. Enquanto a Casa do Estudante (CE) da Medicina é equipada com computador e acesso à internet gratuito, a CE da São Francisco convive com infiltrações e vazamentos.
A diferença é explicada pela reforma da CE da Medicina em 2007. O presidente da Casa, Wellington Candido, contou que as obras foram realizadas com doações de patrocinadores e ex-alunos em uma jornada encabeçada pelo professor Miguel Srougi. O valor da reforma foi de mais de um milhão de reais.
As diferenças estruturais são o reflexo de dois modelos de gestão distintos. Ao contrário da Casa da Medicina, a Casa da São Francisco, um prédio de onze andares com cerca de 50 moradores, pertence ao centro acadêmico XI de Agosto. Financeiramente, o prédio é mantido pelo Centro Acadêmico, pelo aluguel do espaço na fachada para duas lojas e pela contribuição mensal de R$50 dos moradores.
Já a Casa do Estudante da Medicina não possui nenhum tipo de vínculo financeiro com seu CA. As despesas são pagas pelo aluguel de seu estacionamento para o Instituto da Criança, vizinho à moradia. A Faculdade de Medicina auxilia financeiramente com o pagamento da conta d’água dos 52 residentes.
Seleção
O processo de seleção também apresenta claras diferenças. A diretoria da FM conduz um processo anual de admissão em conjunto com assistentes sociais do Coseas. Já na CE do Direito, a seleção é realizada pela própria diretoria da Casa. Os critérios, porém, são similares e ambos buscam por alunos em piores situações socioeconômicas.
Para Kemil Jarundi, morador da Casa da Sanfran há menos de um ano, a Casa é a melhor opção:“Aqui é melhor que o Crusp, porque é mais próximo da faculdade. Ela também é histórica, existe há mais de 50 anos e faz parte da comunidade franciscana. O preço também ajuda”, afirmou.
Aumento do aluguel
Apesar das dificuldades, ambas as Casas atendem as necessidades de alunos que encontram dificuldades em encontrar apartamentos acessíveis na cidade, já que alugar um imóvel em São Paulo ficou 15,25% mais caro nos últimos 12 meses segundo pesquisa do Secovi-SP (Sindicato de Habitação de São Paulo).