Segundo diretor, chance dos atletas treinarem na USP é “nota 8”; apesar de possuir boa estrutura, local ainda carece de melhorias
A USP tem grandes chances de ser centro de treinamento tanto na Copa do Mundo de 2014 quanto nos Jogos Olímpicos de 2016. É o que garante o diretor do Centro de Práticas Esportivas (Cepe), o professor Carlos Bezerra de Albuquerque.
“Daria nota oito de chance para termos as duas competições. Só não dou dez, porque fora a raia não temos nenhuma outra instalação que já esteja pronta”, respondeu o diretor ao ser questionado sobre que nota daria, de zero a dez, para as possibilidades de a USP ser escolhida como o local de treinamentos na cidade de São Paulo.
O Cepe se inscreveu para receber treinos destes eventos e foi pré-aprovado tanto pelo Comitê Organizador da Copa do Mundo quanto o do Rio 2016, que organiza os Jogos Olímpicos. O professor explica que a primeira fase de ambas as candidaturas consistiu apenas em cadastrar informações básicas, como distância de aeroportos e disponibilidade de hotéis e hospitais na região.
As duas candidaturas tomam caminhos diferentes. No caso da Copa, o Cepe é uma das duas instalações que ainda estão na pré-lista da Fifa, a frente de CT’s como o do Corinthians e o do Palmeiras. O outro local é o Canindé, campo da Portuguesa. O comitê organizador já esteve na USP para avaliação. “Viram campos, iluminação, grama, vestiário, auditórios… Tudo que uma seleção precisaria para se instalar”, disse Bezerra.
No caso das Olimpíadas, a USP parece até estar mais perto de ter sucesso em sua candidatura. O Cepe está entre os cerca de 300 pré-aprovados, e o professor Bezerra já esteve em um congresso que explicou os próximos passos do processo. Os dados do centro esportivo, como número e estado das instalações, terão que ser enviados até o dia 29 de junho.
“Temos vantagens no caso das Olimpíadas. São Paulo está a apenas 45 minutos de voo do Rio de Janeiro. Tem candidatura do Rio Grande do Norte. Tudo bem, o cara vai se aclimatar lá, mas fica longe do Rio”, disse o professor.
O diretor não acredita que o caso recente de assassinato na FEA possa atrapalhar as chances do Cepe. Para ele, a falta de segurança existe em toda a cidade, e a USP é até mais segura que o restante de São Paulo.
Obras no Cepe
O Cepe já está em processo de revitalização por conta própria e deve dar início às obras da pista de atletismo em breve. A ideia seria usar as competições para modernizar as instalações. “Achamos que seria bom para a gente, não pelo financeiro (a USP deve receber dinheiro se for escolhida como sede de treinos olímpicos), mas porque o impacto à comunidade é zero e teríamos chances de reformas e uma visualização muito grande”, diz.
Bezerra ressalta, porém, não pretender fechar o Cepe para receber treino das seleções. A ideia é deixar que a comunidade USP possa acompanhar as atividades, sempre respeitando alguma restrição imposta. “Não sabemos direito porque estamos em fase inicial, mas não vamos fechar. Se for assim, não quero”, garantiu.
Se aprovado pela Fifa e pelo Rio-2016, o Cepe ainda não estará garantido como centro de treinamento. A universidade entra apenas em uma lista de locais licenciados e terá que ser escolhida por algum país para receber os atletas, que ficariam hospedados em hotéis e usariam a universidade apenas para os treinos.