Cepe tem duas academias de qualidades bastante distintas

Em tempos de PM ou não no campus, há na universidade uma outra dicotomia, menos conhecida, mas nem por isso irrelevante: as academias do Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepe-USP). Uma delas possui uso livre, mas os aparelhos estão em péssimo estado de conservação. A outra tem aparelhos novos e bem preservados, porém funciona apenas em horários específicos.

Qualidade na sala restrita x flexibilidade de horário maior na “Tetanus” (fotos: Diego Gutierrez)
Qualidade na sala restrita x flexibilidade de horário maior na “Tetanus” (fotos: Diego Gutierrez)

“Tetanus”

A sala de musculação mal tratada foi carinhosamente apelidada por seus usuários de “Tetanus”. Apesar de ainda não se ter descoberto nenhum caso da doença em seus freqüentadores, o apelido faz todo o sentido, visto que os aparelhos, todos surrados, expõem ferrugens. Mesmo assim, ela está sempre repleta de usuários.

Mas qual a fórmula do sucesso? Flexibilidade de horário. A academia está sempre aberta e só fecha quando o CEPE encerra suas atividades, segundo Elton José Ribeiro, do segundo ano do curso de Letras.

Segundo Celso Buchler, professor da outra academia, a falta de instrutor é um problema, pois o mau uso dos equipamentos diminui a vida útil e pode prejudicar usuários. Como ilustra Alexandre Passos, aluno de letras que quebrou o dedo do pé quando um peso mal fixado se soltou. Porém as tentativas de se manter um instrutor fracassaram. Alguns dos frequentadores simplesmente não aceitam sugestões, respondendo até de forma agressiva.

A falta de auxilo pode ser um problema para o CEPE. Como diz o diretor José Carlos Fará, o local é responsável pela segurança dos frequentadores, ainda que não queiram estar seguros.

A academia é frequentada em geral por alunos e funcionários do sexo masculino, entre 20 e 40 anos. São pessoas que em boa parte já praticaram academia anteriormente e sabem como manusear os aparelhos. A maioria busca ficar bombada, mas não é regra. “Venho aqui apenas para sair do meu sedentarismo”, afirma Zózimo Magalhães, funcionário do Restaurante Central.

A outra academia

A principal característica da outra academia está no fato de não ser aberta ao público, como a “Tetanus”, pois as vagas são limitadas. Possui horário de funcionamento específico, requer exame médico e taxa de inscrição, além de ter sempre o acompanhamento de um instrutor. Essa disciplina faz com que os aparelhos sejam bem conservados.

“Aqui, o professor utiliza a carga certa, é obrigatório o uso da toalha. Lá, tem gente que sai da piscina e vai usar. Isso acaba estragando o aparelho”, explica Buchler.

A sala restrita possui um perfil diferente da “Tetanus”. É frequentada por professores, mulheres e pessoas de idade mais avançada, que buscam um exercício regular e com o objetivo de melhorar a saúde.