HU não será pronto socorro referenciado

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) está divulgando que a diretoria do Hospital Universitário (HU) planeja transformar a unidade em um pronto socorro referenciado e passar parte de sua administração para a Fundação Faculdade de Medicina (FFM). Isso quer dizer que a unidade, assim como o Hospital das Clínicas (HC), atenderia apenas emergências e cirurgias programadas, deixando de prestar serviços de pronto socorro – casos eventuais de alguma urgência como uma gripe, um corte ou uma dor de cabeça forte. A superintendente do HU, Sandra Grizi, afirma que não existe tal plano. “Não consigo imaginar de onde saiu essa informação”, comenta.

O diretor do Sintusp, Givanildo Oliveira dos Santos, declara que ouviu da diretoria do HU que o pronto socorro seria fechado no segundo semestre e que os atendimentos seriam feitos nos AMAs que estão sendo construídos na região do Jaguaré. O HU receberia apenas os casos transferidos dessas unidades.

Grizi afirma que essas mudanças não acontecerão e que não há planos do HU ter pronto socorro referenciado. “Acredito que ao ouvirem o termo ‘nosso pronto socorro é referenciado do distrito Butantã’ fizeram analogia com o processo de pronto socorro do HC”. Segundo ela, as unidades de saúde da região transferem pacientes mais graves para a USP – o que não interfere no serviço de pronto atendimento.

Outro ponto de preocupação é a posição que o HU irá assumir no Projeto Oeste, conduzido pela FFM, que assumiu o gerenciamento de várias unidades de saúde na Zona Oeste e pretende fazê-las funcionar de forma integrada. O Sintusp alega que a Fundação poderia assumir, no futuro, o gerenciamento do HU, terceirizando-o e forçando os médicos a receberem por produtividade. “O HU é um hospital referência em ensino, pesquisa e extensão e não pode ser reduzido a uma mera fonte de lucros para nenhuma Organização Social”, diz trecho de um panfleto do sindicato. Quanto a isso, Grizi enfatiza que o HU é uma plataforma de ensino pertencente à USP, que somente o Conselho Gestor pode mudar a estrutura administrativa da unidade, e que isso não acontecerá.