Nota ao leitor

Desde o início das edições de 2011, os atuais repórteres do JC têm enfrentado sérias dificuldades em obter dados e declarações oficiais da Universidade e de seu órgão administrativo máximo: a Reitoria.

Jornalistas que estão presentes em outros veículos de fora da Universidade sentem visivelmente a diferença no tratamento dispensado pela assessoria de imprensa e na prioridade que é oferecida na divulgação de dados e de planos da administração da Universidade.

Apesar de nunca terem negado fornecer qualquer tipo de informação, muitas vezes são necessárias mais de duas semanas (tempo para o fechamento do jornal) para se obter uma informação ou alguma explicação. Em situações análogas enfrentadas pelos repórteres em veículos externos, os prazos se resumem a horas.

Num total desacordo com o inciso XIV do art. 5º da Constituição Federal, que afirma ser “assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional” e com o inciso XXXIII, “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”, os repórteres têm dificuldades de acesso a comunicados da assessoria de imprensa da USP e também às coletivas de imprensa, que são avisadas geralmente a toque de caixa por quem estiver em outros veículos de comunicação. Nas constantes ligações na busca por informações, ou os assessores se encontram em intermináveis reuniões, ou derrubam as ligações feitas pelo JC.

É uma vergonha que uma universidade de renome, que deveria ser vanguarda na defesa de valores democráticos e de livre acesso à informação, mantenha uma postura negligente diante de direitos fundamentais. Dada a situação, o JC se sente na responsabilidade de esclarecer as circunstâncias em que é elaborado o jornal e as possíveis inexatidões ou atrasos em informações que são apuradas sem a menor transparência por parte da universidade, que prioriza veículos externos a um jornal distribuído gratuitamente a mais de 10 mil leitores em toda a comunidade USP há 30 anos.