Alunos criam proposta para grade de Economia

No próximo dia 2 de setembro, docentes do Departamento de Economia da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) determinarão a futura grade do curso. A reunião, de voto facultativos, também inclui três alunos representantes. São duas propostas: uma focaliza as chamadas matérias fundamentais (Microeconomia, Macroeconomia e Econometria) e outra, as matérias avançadas. Os estudantes sugerem uma terceira opção, que envolve o aumento da carga didática dos educadores e conservação da estrutura atual.

Defendidas pelos professores Rodrigo de Losso e Vera Fava, respectivamente, as propostas oficiais trabalham com a inserção de créditos-trabalho no currículo e redução das optativas eletivas disponíveis. A primeira introduz créditos-trabalho nas disciplinas obrigatórias, diminui para 15 a quantidade de eletivas oferecidas, e de 13 para oito as necessárias para a graduação. A segunda reestrutura as eletivas em módulos, lecionados por mais de um professor e que contam seis créditos-aula e dois créditos-trabalho cada. Seriam dez módulos disponíveis a partir do sexto semestre e o aluno selecionaria cinco.

“Desde 2007, elevamos a carga horária de 2700 para 3000 horas e incorporamos cinco novas disciplinas obrigatórias. Os objetivos dessas mudanças foram adequar o curso às novas diretrizes curriculares definidas pelo MEC e atualizar o conteúdo de base na formação do economista”, lembra Vera, que também é coordenadora do curso.

Os estudantes temem que a redução na quantidade de eletivas resulte em um aprendizado menos plural. “Das 50 eletivas existentes, segundo o professor De Losso, cerca de 20 foram oferecidas com regularidade. Aí entra o problema: por não termos condição de oferecer tudo precisamos cortar, mas quais cortar?”, questiona Thomás de Barros, representante do Centro Acadêmico Visconde de Cairu.

Insatisfeitos, os alunos dizem que a solução da grade do curso deve tratar do número de professores “aposentáveis” (atualmente, são 17 entre os 69). Como não há substituições, para manter o número de disciplinas seria preciso aumentar a carga didática. “Como a Reitoria não tem disponibilizado novas vagas para a FEA ou para a USP como um todo, cedo ou tarde este aumento será necessário”, resume Thomás. Hoje, o limite mínimo para cada docente é de oito horas semanais.

Após uma série de discussões, a bandeira levantada pelos alunos transformou-se nesta terceira via. Um abaixo-assinado pede que a reforma simplifique a organização do curso ao excluir disciplinas não-oferecidas, conteúdos sobrepostos e outras reformulações, mas mantenha a estrutura atual aumentando a carga didática de cada docente.