Desculpem-nos o transtorno: USP em obras

Reformas promovidas pela Reitoria para revitalizar e modernizar diversos pontos do campus provocam polêmica e realocações temporárias

O projeto de revitalização e modernização da Cidade Universitária implantado pelo Reitor João Grandino Rodas transformará a área dos barracões, situada atrás do antigo prédio da Reitoria, entre a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, o Laboratório de Hidráulica e a Escola Politécnica.

Construídos na década de 60 como uma medida provisória, os barracões tinham como objetivo trazer o mais rápido possível para dentro do campus unidades que se situavam fora da Cidade Universitária. Especificamente, a Faculdade de Odontologia (FO), a Faculdade de Medicina Veterinária (hoje, FMVZ) e parte da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (hoje, FFLCH). Eram, então, de custo baixíssimo e de rápida implementação.

Hoje, 50 anos após a instalação temporária das construções, o complexo está em condições precárias. Os institutos que lá se instalavam abandonaram o local assim que seus prédios definitivos foram construídos, e os diversos barracões passaram a ser usados para fins diversos. Lá se instalaram, por exemplo, a vivência da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), o Núcleo de Estudos da Violência e o Núcleo de Consciência Negra. As telhas de amianto de que são feitos seus telhados já se tornaram ilegais em mais de 50 países, e a área apresenta risco quanto a criadouros de mosquito da dengue.

Antiga Reitoria

Outra construção em condições precárias é o prédio da Antiga Reitoria, que será reformado para receber de volta a instituição. A Reitoria explica que, para execução das obras, houve a necessidade de alojar alguns órgãos em outros locais na USP ou fora dela, por falta de espaço no campus. Cerca de 300 funcionários passarão a trabalhar fora da Cidade Universitária.

A Reitoria informa ainda que os prédios fora do campus, como o prédio da Coordenação de Comunicação Social (CCS), trarão apenas gastos com manutenção e segurança e têm condições favoráveis de localização e de infraestrutura.

Segundo a Reitoria, o prédio da Agência USP de Inovação, na av. Brasil, não tem custos para a Universidade porque foi alugado pelo inquilino da USP em um imóvel na av. Paulista – para onde inicialmente estava prevista a ida da Agência.

Revitalização Geral

O financiamento do projeto de revitalização, que custará R$ 240 milhões, fica por conta de dotações orçamentárias da USP. O valor será diluído ao longo dos quatro anos de durações das obras, de 2010 até 2013. Para valor de comparação, a Escola Politécnica utilizou R$ 140 milhões do orçamento da Universidade no ano passado.

O projeto inclui também a reforma e ampliação do Auditório Camargo Guarnieri, a construção do edifício da Biblioteca Brasiliana Guita e José, dos edifícios dos Museus de Zoologia e Arqueologia e Etnologia.

Os órgãos que foram transferidos devem voltar para a USP assim que as obras terminarem, com exceção do backup do sistema computacional, que permanecerá no Centro Empresarial em Santo Amaro.