Como em todo início de semestre, o Jornal do Campus entra no mês de agosto com nova equipe – e novo ombudsman. Com a tarefa de representar os leitores e registrar críticas às publicações, Heródoto Barbeiro estreia sua coluna quinzenal a partir da próxima edição. Formado em História, Estudos Orientais, Direito e Jornalismo, Heródoto tem requisitos para ser a voz do amplo e diversificado público do JC.
Trabalhador desde cedo, saiu da baixada do Glicério para ser professor. Lecionou em cursinhos e no Ensino Fundamental “por gosto e necessidade”, conta. Na USP, ocupou os dois lados da sala de aula: foi estudante e professor de História durante 12 anos.
Os alunos de Heródoto foram testemunhade seu interesse pelo jornalismo antes mesmo que ele se aventurasse na profissão. “Dava aula de história contemporânea, que está muito perto do jornalismo. O primeiro material didático que usava era jornal. É uma forma de criar nas pessoas espírito crítico”.
Pouco a pouco, o lado jornalista falou mais alto e Heródoto voltou para a escola – agora, na posição de aluno. Cursou Jornalismo e deixou definitivamente as salas de aula para ingressar nas redações.
Apesar de ser um “jornalista tardio”, como ele mesmo se define, Heródoto carrega uma grande bagagem intelectual que o influencia diariamente. “O jornalismo está muito ligado à questão cultural e à experiência de vida”. Além disso, os princípios básicos devem ser sempre seguidos: boa apuração, ética e interesse público.
E os leitores sabem disso. “[Eles] começam a nos fiscalizar. Não para censurar, mas para saber se estamos dizendo as coisas como realmente aconteceram. À medida que a sociedade amadurece, passa a exigir mais”.
Por isso, Heródoto acredita que o bom senso será seu carro chefe no JC. “As pessoas têm o direito de pensar o contrário. Quando tiver opinião contrária, a gente publica. Os leitores vão julgar. É uma maneira de criar um espaço para debate”. Iniciante como ombudsman, ele se coloca à disposição para ouvir críticas e sugestões ao jornal.
E finaliza dizendo que “é uma honra” exercer esse papel. Seja jornalista, professor ou ajudante na oficina do pai, Heródoto Barbeiro acredita que o importante no exercício de qualquer profissão é “o brilho nos olhos”.