Rede social da USP será aberta ao público de fora

A rede Stoa sofrerá mudanças como a possibilidade de convidar pessoas de fora da USP e a ferramenta de integrar com outras redes. Isso ocorrerá no fim do ano quando a rede social migrar de servidor.

O professor do Instituto de Física, e atual chefe do projeto, Ewout ter Haar conta que a idéia é “implementar uma maneira para que alguém de dentro da rede possa convidar pessoas sem número USP. Seria uma maneira de expandir devagar, mantendo a responsabilidade para uma pessoa conhecida”.

“Há uma demanda por parte dos usuários do Stoa e o Moodle do Stoa para incluir ‘visitantes’ nestes sistemas. No Moodle do Stoa (o ambiente virtual de aprendizagem) a demanda é, sobretudo, de professores, querendo oferecer cursos para pessoas de fora da comunidade USP”.

Redes Federadas

Além disso, ainda há a meta de criar uma rede social que interaja com as outras. O professor ter Haar explica: “queremos federar com outros sistemas, não sermos um serviço que tome conta de toda a sua vida”.

Para ele, redes sociais como Orkut e Facebook são problemáticas porque desconsideram que uma pessoa possa ter diferentes identidades sociais. “Ter uma identidade USP não torna obrigatório usar essa identidade em todas as suas interações. Essas sutilezas da nossa vida real têm que ser reproduzidas no mundo virtual, já que ele, hoje, é tão real quanto o outro”.

Para ele, “num sistema federado uma pessoa pode usar a sua identidade ‘acadêmica’ em determinados contextos e ao mesmo tempo manter outras identidades ou ‘personagens’ em outras redes sociais como Facebook ou Orkut. Assim asseguramos que a nossa vida online não fica somente determinada pelas condições de contorno dado por empresas e corporações com interesses diferentes do que instituições de ensino, por exemplo”.

A rede social (da USP)

O Stoa existe desde 2006 e tem mais de 30 mil usuários (das 113 mil pessoas que compõem a população da USP). O criador do site, o aluno de Ciências Moleculares Edgar Zanella Alvarenga, explica que a idéia dele foi baseada em um projeto do MIT (Massachusetts Institute of Technology), no qual as aulas são filmadas e slides, textos e listas de exercícios são disponibilizados online. Isso é feito para que pessoas de fora do MIT possam seguir aquele curso. “Se divulgássemos aulas da USP, poderíamos ter uma resposta interessante, pois há sempre um público bastante curioso”, conta ele.

Zanella ainda conta que estava bastante cético no começo porque havia a possibilidade de os alunos não quererem acompanhar as aulas através da rede, para isso ele criou a parte social. “A idéia foi colocar uma rede social que não seria usada só para a parte formal dos estudos, teria mais um viés de possibilitar interações sociais e incentivaria as pessoas a usarem uma plataforma web da USP além do Júpiter”, explica.

Entenda o Stoa (infográfico: Ana Carolina Marques)