Um patrimônio da sociedade

Agradeço a direção do Jornal do Campus esta oportunidade de exercer mais uma das faces do jornalismo que é a participação como ombudsman. Estou à disposição dos leitores para comentários, críticas e reparos ao meu trabalho e do grupo de jornalistas responsáveis pelo jornal, afinal jornalismo só se faz em equipe.

Muito oportuna discussão de como a Reitoria pretende revitalizar a Cidade Universitária, uma vez que além da utilização como campus universitário é também um patrimônio cultural e arquitetônico da cidade de São Paulo. Minha sugestão é que nas reportagens futuras fossem ouvidos também representantes da sociedade civil para saber o que pensam dessa revitalização e como poderiam colaborar para que ela refletisse não só o desejo da comunidade acadêmica.

Muito  bom o box para que a Reitoria respondesse sobre os seus planos no projeto. Contudo, há outros atores sociais que podem dar contribuição para que a revitalização espelhe um desejo coletivo.

A reportagem ‘Games violentos: censurar ou não?’, tem uma abertura bem sugestiva ao lembrar três assassinatos em massa, o último ocorrido na Noruega, outro em Columbine e a morte de três pessoas em um cinema de São Paulo. É chegado o tempo da sociedade debater se deve ou não impedir que, especialmente os jovens, utilizem ou não jogos eletrônicos violentos. Os artigos antagônicos dos professores Gilson Schwartz e Valdemar Setzer incentivam a polêmica e provocam no leitor o exercício do espírito crítico.

Creio que o tema, dada a sua importância social, merece uma reportagem mais aprofundada com a participação de pedagogos, especialistas em segurança, direitos humanos, religiosos, psicólogos, enfim, fontes que podem dar mais contribuições para que os leitores formem sua própria convicção sobre o assunto. Creio que também cairia bem um panorama do que já é proibido no Brasil, como brinquedos de formato de armas e até mesmo miniaturas de artefatos de guerra como aviões, tanques,etc. A associação comercial poderia colaborar com um testemunho se esses brinquedos e mimos têm mercado e se em datas comemorativas, como Dia das Crianças, os pais compram esses brinquedos para os filhos.

Para uma edição futura sugiro uma reportagem sobre os confrontos entre categorias para se reservar mercado de trabalho. O mote é a reportagem ‘Obstetrizes ainda sofrem com registros’, de autoria de Maria Clara Nicolau Vieira.

Heródoto Barbeiro é jornalista e escritor. Atualmente é editor-chefe e apresentador do Jornal da Record News. Você, leitor, também pode contatar nosso ombudsman. Basta mandar um e-mail para herodoto.jc@gmail.com.