Conflito entre USP e alunos da faculdade de Direito põe clube em xeque

O lançamento do projeto Clube das Arcadas (leia mais) colaborou com a demora na assinatura do convênio que concretizará a transferência do Museu de Arte Contemporânea (MAC). A vizinhança entre a nova sede do MAC e o terreno de propriedade do Centro Acadêmico XI de Agosto causou o impasse entre o reitor João Grandino Rodas e entidades estudantis ligadas à Faculdade de Direito da USP.

Em documento enviado ao governo do Estado de São Paulo, Rodas faz uma série de questionamentos à validade do projeto do Clube e afirma que “somente quando tal empreendimento for totalmente esclarecido e passar pelo crivo público (…) a USP concluirá e assinará convênio visando a instalaçãodo MAC no prédio do Parque Ibirapuera”.

A principal preocupação do reitor é a suposta utilização do nome da USP pelas entidades responsáveis para facilitar a captação de recursos – via Lei de Incentivo ao Esporte – para a construção do complexo das Arcadas. Segundoa assessoria de imprensa da Reitoria, a proximidade do clube com o museu “pode gerar a falsa impressão de o empreendimento estar ligado à Universidade”.

Em resposta, a Associação Complexo Esportivo-Cultural XI de Agosto, composta por representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Associação Atlética e da Associação de Antigos Alunos da Faculdade de Direito (FD), declarou que “tanto o Clube das Arcadas quanto as entidades que o compõem são associações sem fins lucrativos que não guardam relação jurídica com a Universidade de São Paulo”.

Ainda segundo as entidades, a independência do Clube das Arcadas em relação à USP está “clara”, apesar de o lançamento oficial do projeto ter ocorrido no Salão Nobre da Faculdade de Direito.

Para Artur Péricles, estudante do terceiro ano e editor-chefe do jornal independente da unidade, Arcadas, “as questões levantadas pelo reitor nunca foram dúvidas entre os alunos”.

Artur acredita que as críticas de Rodas estão ligadas a outro conflito entre a Faculdade e a Reitoria. “Em 2010, pela primeira vez em muitos anos, os estudantes decidiram decretar a paralisação das aulas em protesto contra a repentina transferência de parte das bibliotecas [encabeçada por Rodas]. Por isso, os ‘esclarecimentos’ que o reitor lançou foram vistos como uma forma de retaliação”, afirma.

Comunicados da Reitoria e das entidades