Reitoria quer dividir custos do MAC com governo estadual

A manutenção do Museu de Arte Contemporânea (MAC) em sua nova sede, no Ibirapuera, custará 15 vezes mais do que na Cidade Universitária. É o que alega o reitor João Grandino Rodas, que busca R$ 18 milhões junto à Secretaria Estadual de Cultura para manter o museu no local. A reforma para a adaptação do prédio, que abrigava o antigo Detran, custou R$ 78 milhões ao governo do Estado de São Paulo.

O valor da contribuição da Secretaria, porém, ainda é incerto. Em entrevista ao portal G1, em setembro, o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, disse que disponibilizará R$12 milhões anuais para o MAC. Ao JC, a assessoria de imprensa da Secretaria informou queo convênio que definirá a divisão de responsabilidades ainda está em fase de elaboração, sem números concretos sobre a parceria.

Mais atrasos

Prometida para 2009, a transferência definitiva do MAC para o Ibirapuera ainda patina. As obras do prédio principal foram concluídas no mês passado, mas o prédio anexo, que abrigará a parte administrativa, só ficará pronto em outubro.

A demora na assinatura do convênio entre USP e Secretaria de Cultura, que concretizará a transferência, também agrava o atraso. Além das negociações quanto ao custo de manutenção do museu, recentemente o reitor hesitou em assinar o convênio por causa da construção do Clube das Arcadas no terreno vizinho à nova sede do MAC.

Por tudo isso, o assessor de imprensa do museu, Sérgio Miranda, desmentiu informações de que a mudança ocorreria ainda em setembro. “Todo o entorno do prédio principal tem que estar pronto [para a mudança]. Além disso, não temos condições de já abrir o MAC ao público”, afirma. Ele explica que seriam necessários cerca de três meses após a transferência para que todas as condições de espaço e segurança fossem atendidas.

Pinacoteca no lugar

Diante da hesitação da USP em assinar o convênio, Matarazzo, declarou recentemente ao Estado de São Paulo que “vazio o prédio não vai ficar”. Matarazzo cogitou a possibilidade de abrigar uma coleção contemporânea da Pinacoteca, com quem, segundo o jornal, a Secretaria já estaria negociando.

Apesar disso, Miranda diz que as ameaças de que outra instituição pudesse ocupar o espaço foram desmentidas pelo próprio governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “O MAC nunca disse que não vai para lá. A questão é acertar os custos de manutenção”, explicou.

A Reitoria não se pronunciou sobre o assunto, dizendo apenas que “A Secretaria é a proprietária do imóvel”.