Pedalusp tem problemas em novo percurso

Criado para ser uma alternativa de mobilidade dentro da USP, o Pedalusp apresenta problemas em seu novo percurso, inaugurado no último dia 22. Ainda em fase experimental, o serviço de compartilhamento de bicicletas para a comunidade uspiana agora tem duas novas estações: no Metrô Butantã e no Centro de Visitantes, próximo ao portão 1 – as antigas, localizadas na Escola Politécnica, foram desativadas. “Estamos em testes, mas acredito que dentro de no máximo um mês o serviço se assentará”, acredita o engenheiro Maurício Villar, um dos idealizadores do projeto.

Apesar dos problemas, Pedalusp é bem utilizado (foto: Bruno Capelas)
Apesar dos problemas, Pedalusp é bem utilizado (foto: Bruno Capelas)

Para poder utilizar as bicicletas, é preciso se cadastrar no site do programa. O Pedalusp, que funciona de segunda à sexta, das 7 às 20 horas, empresta bicicletas a seus usuários durante meia hora, para a realização do trajeto de cerca de 1,5 km – tempo suficiente, de acordo com testes feitos pela equipe do JC. Porém, caso o usuário exceda o limite, ele fica suspenso, por períodos que variam de acordo com o atraso da devolução da bicicleta – a tabela também está no site.

Conexão e rota

A reportagem do JC tentou utilizar o serviço diversas vezes desde o dia 22. Na maioria delas, o empréstimo não foi possível devido a problemas na comunicação do terminal da estação Butantã. “Aqui no Butantã usamos um modem 3G, cuja conexão cai bastante. Quando isso acontece, o sistema não valida o empréstimo, e a mensagem ‘usuário e senha inválidos’ aparece na tela”, explica Villar.

Alguns usuários apontaram a falta de pessoas nas estações para orientá-los melhor. O engenheiro explica que essa não é uma das metas do projeto: “Pretendemos que o sistema consiga ser utilizado pelo usuário sozinho. Nas primeiras vezes vão existir dúvidas, mas é questão de tempo”. Quando o sistema funciona, porém, é simples conseguir uma bicicleta para pedalar. Entretanto, há problemas na demarcação da rota, especialmente no trecho que a ciclovia se torna uma ciclofaixa, na av. Afrânio Peixoto.

A ciclorrota do Pedalusp (arte: Ana Elisa Pinho)
A ciclorrota do Pedalusp (arte: Ana Elisa Pinho)

Fluxo e expansão

Outro problema apontado por usuários foi a questão do fluxo de passageiros, que pode atrapalhar a utilização do sistema. “É preciso trazer as bicicletas de volta do campus, senão só 16 pessoas vão usar de manhã e os veículos só vão retornar para o metrô na hora do almoço. É pouco, mas é uma fase experimental”, disse Marcelo Abdala, estudante do 1º ano de Engenharia Elétrica na Escola Politécnica. Apesar de tudo isso, os estudantes elogiam a iniciativa: “A ideia é boa. Devo economizar R$60,00 por mês ao não precisar pegar mais um ônibus”, contou Abdala.

O plano de Villar é expandir o Pedalusp, no futuro, para dez estações e 100 bicicletas dentro da USP. Ele não estipula um prazo para o crescimento, mas crê que “a partir do momento que conseguirmos uma verba que feche financeiramente as nossas contas, o projeto estará funcionando em três meses”.