Alunos a favor da PM se reúnem em debate aberto

Ato na Praça do Relógio contou com cerca de 250 alunos a favor da PM (foto: Beatriz Montesanti)
Ato na Praça do Relógio contou com cerca de 250 alunos a favor da PM (foto: Beatriz Montesanti)

Cerca de 250 estudantes reuniram-se no dia 1º de novembro, na Praça do Relógio, em manifestação a favor da permanência da Polícia Militar no Campus.

O movimento foi organizado por meio de ferramentas de redes sociais, por estudantes da FFLCH, faculdade que foi o palco de tumulto no dia 27 de outubro. Marina Grilli, estudante de Letras e uma das organizadoras do evento, opinou na página virtual que “a presença da PM é necessária, sim, devido a falta de treinamento da Guarda Universitária”. Foi apontado na mesma página o repúdio da ocupação de prédio administrativo da FFLCH. A ideia era reunir estudantes da unidade que se sentiam generalizados quanto à opinião “contra a PM no Campus” e ganhar apoio de todos os estudantes da USP que também se sentiam “mal representados” pelas manifestações radicais. Segundo Márcio Góis, estudante de Filosofia e também organizador, a proposta é incentivar debates e votações, “para que as decisões sejam tomadas em conjunto”.

A maioria dos alunos presentes apoiava claramente o policiamento como meio para manutenção da segurança. Apesar disso, abriram espaço para todos os presentes se pronunciarem, defendendo um diálogo democrático. Lucas Sorrillo, estudante da Poli, propôs o encaminhamento de plebiscito pela USP, além do treinamento da PM. “Falando diretamente ao Rodas: a maioria dos estudantes da USP está com você e é a favor da PM no Campus. Mas, se houver excesso da PM, nós nos pronunciaremos”, anunciou Lucas.

Um dos posicionamentos contra a presença da polícia partiu de Renan Teodoro, integrante do DCE. “É necessário mais do que nunca [essa questão] ser debatida com seriedade, sem interesse político por trás, sem pensar nas eleições de qualquer que seja a entidade por trás disso. O DCE é contra que um estudante fique contra o outro”, anunciou Renan. Em seguida, questionou a legitimidade da PM: “Será que polícia é a única saída? Por que a gente vai se enganar, achar que a polícia por si só vai garantir a segurança aqui dentro?”.

Outros alunos ainda reforçaram essa opinião, alegando que no dia em que o estudante Felipe Ramos de Paiva foi assassinado no estacionamento da FEA, a PM estava no Campus, fato que não impediu o ocorrido. De outro lado, foi argumentado que a violência na Cidade Universitária caiu em 92% em quatro meses, de acordo com o pronunciamento do governador Geraldo Alckmin.

Após a aglomeração na praça, em torno de um pequeno palanque, e contando, inclusive, com o acompanhamento de policiais militares, os envolvidos caminharam até a entrada principal da FEA e relembraram a morte do colega, solicitando um minuto de silêncio. Rodrigo Souza Neto, formado pela FFLCH e atual aluno da EACH, finalizou o movimento dizendo que os alunos não deveriam se dispersar. “Queremos manter contato com aqueles que estão aqui para que tenhamos uma voz representativa dos estudantes”, concluiu.