Assembléia Geral mantém greve geral e planeja ato na Avenida Paulista para 24/11

As 2586 confirmações de presença no Facebook na Assembleia Geral de Estudantes, realizada no dia 17 no vão livre do prédio da FAU, parecem ter sido concretizadas. Apesar do atraso de 45 minutos, a assembleia contou com a presença maciça de cerca de 3000 estudantes da graduação e pós-graduação.

Estudantes reunem-se em assembleia geral na FAU (foto: Rafael Nascimento de Carvalho)
Estudantes reunem-se em assembleia geral na FAU (foto: Rafael Nascimento de Carvalho)

A mesa era composta por um membro do DCE, um membro de um Centro Acadêmico (no caso, escolheu-se o CA da Geografia) e dois delegados do comando de greve. Foi acordado em votação que a assembleia seguiria formato semelhante ao das duas assembleias anteriores: primeiro momento para informes, com prioridade para Centros Acadêmicos, delegados de greve e, por fim, alunos independentes; segundo momento para propostas e terceiro para encaminhamentos de resoluções.

No momento dos informes, alunos trouxeram notícias quanto às assembleias de seus cursos, e o posicionamento dessas frente às bandeiras políticas do movimento e à greve estudantil. Dentre os discursos mais ovacionados, estavam a leitura de uma carta feita por alunos da FEA que repudia a ação policial do dia 8 de novembro, os excessos da PM dentro do campus e a cobertura da mídia, e o recebimento de apoio de estudantes de outros países, como Costa Rica, Alemanha, Argentina e Nicarágua.

Depois de aberta a discussão para propostas a respeito do calendário de mobilizações para a semana seguinte, decidiu-se pela manutenção da greve geral dos estudantes da USP. Continuam em greve os cursos de Filosofia, História, Ciências Sociais, Pedagogia, Geografia, Biologia e as Unidades ECA (exceto Música) e FAU, além da Pós-graduação. Outros aprovaram dias de paralisação, como USP São Carlos (dias 17/11 e 18/11), IRI (manutenção), EEFE (21/11), Química (16/11) e Nutri (24/11).

Mesmo sem aderir à greve ou à paralisação, algumas Unidades se manifestaram. A Faculdade de Direito do Largo São Francisco compareceu, representada por 11 delegados. A FEA, representada por Thomás de Barros, diretor de comunicação do CAVC, que declarou que “o diálogo e o debate são as melhores formas de se chegar a novas soluções”. A Faculdade de Geologia comunicou que aderiu ao acampamento, assim como alunos da Psicologia, e convidou os demais presentes, justificando que é uma maneira de manter os alunos na USP em tempos de greve.

Realizada em 17 de novembro, a Assembleia definiu calendário de atividades (foto: Rafael Nascimento de Carvalho)
Realizada em 17 de novembro, a Assembleia definiu calendário de atividades (foto: Rafael Nascimento de Carvalho)

Na ata oficial da Assembléia, decidiu-se pelo polêmico adiamento das eleições para DCE para 2012, embora ainda sem data definida. Representantes da chapa Reação, de extrema direita, classificou no Facebook a decisão como “um golpe”.

Em resposta à instalação da base móvel da PM no campus, foi decidida a criação de uma base artística feita por alunos das artes da ECA, com participação aberta para todos os estudantes.

Uma das propostas mais aplaudidas foi a realização, na quinta-feira (24/11), de um ato com concentração às 14h na Praça Oswaldo Cruz, seguido de caminhada pela Av. Paulista e final no vão do MASP, onde haverá uma aula pública sobre democracia. Para o evento, será convidado o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.


Calendário determinado pela Assembléia Geral de Estudantes

21 e 22/11: programação dos cursos
23/11: panfletagem no metrô Butantã
23/11: Assembleia Geral dos Estudantes, às 18h30, na Escola Politécnica
24/11: ato na Av. Paulista, com aula pública no vão do MASP