Polícia Militar executa a retomada da reitoria

Às 5 horas da manhã do dia 8 de novembro, um contingente que, segundo dados oficiais, era composto por 400 policiais chegou à reitoria da USP para executar a ordem judicial de reintegração de posse. Estavam presentes o 2º Batalhão da Polícia de Choque, membros do Comando de Operações Especiais (COE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), além de um destacamento da Cavalaria da PM. O batalhão do Choque cercou o prédio e o Crusp, enquanto os membros do COE executaram a evacuação dos manifestantes. Em poucos minutos, o contingente conseguiu cercar todo o prédio e suas entradas, tomando posições estratégicas, bloqueando possíveis rotas de fuga e impedindo o acesso de outras pessoas à área. As viaturas estacionaram ao redor de todo o prédio, controlando todas as vias de entrada e saída.

O batalhão se dividiu em dois grupos: o primeiro entrou pela garagem, que já havia sido desobstruída e funcionava como entrada principal durante a ocupação. A reportagem observou que, antes de entrar na construção, os policiais rasgaram os cartazes que haviam sido pendurados pelos manifestantes e quebraram ao menos uma cadeira. O segundo entrou pela porta da frente, arrombada dez minutos mais tarde.

Enquanto as viaturas chegavam e a cavalaria se posicionava de maneira a coibir a movimentação no entorno do prédio, policiais da tropa de choque encontraram os ocupantes. Um grupo deles aguardava sentado em frente ao edifício e se entregou sem oferecer resistência, atrás da guarita, desarmado.

Depois de cerca de cinco minutos sem tomar providências, os manifestantes receberam ordens de retornar ao prédio. A policial porta-voz da Instituição afirmou que o procedimento foi adotado para que fossem revistados. Os policiais e ocupantes permaneceram dentro do prédio das 5 horas da manhã até pouco mais de 7h. Durante esse tempo, a tropa de choque permaneceu em seus postos. Alguns observadores tentaram furar a barreira, porém foram impedidos pela força policial. Outros, em atitude simbólica, entregaram flores aos oficiais.

Passadas as duas horas, os manifestantes foram encaminhados em três ônibus ao 91º Distrito Policial, no Jaguaré. Enquanto cada grupo de cinco ocupantes era levado ao interior da delegacia, os outros aguardavam no veículo, onde prestavam depoimentos à imprensa e manifestavam-se contra as ações da polícia. Em determinado momento, policiais entraram nos ônibus para controlar as manifestações. Ao longo do dia, prestaram depoimento individualmente e, após pagamento de fiança providenciado por membros do Sintusp e simpatizantes, foram liberados.

Cronologia (infográfico: Beatriz Montesanti, Bruno Federowski e Isadora Bertolini)