O esporte inglês ganha espaço na Universidade, atrai novos atletas e conquista título: equipe da Poli foi campeã invicta do campeonato universitário
USP montou pela primeira vez uma seleção oficial de rugby, esporte britânico semelhante ao futebol que tem crescido no meio universitário. A equipe se reuniu em setembro e viajou no último mês de outubro a São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, onde disputou a Copa Unisinos contra duas universidades brasileiras e uma uruguaia. O torneio utilizou o formato de rugby conhecido como sevens, no qual cada time utiliza sete jogadores em campo. A seleção da USP foi a terceira colocada.
Alexandre Cleaver, aluno do segundo ano de Editoração, jogador da seleção brasileira e capitão da seleção USP, conta que a colocação final da equipe não reflete a competitividade do time. “Perdemos os dois jogos em lances do último minuto. Em compensação, marcamos de 9 a 10 tries [pontuação do rugby] na vitória”, conta o atleta, que também joga no São Paulo Athletic Club, clube de Charles Miller que trouxe tanto o rugby quanto o futebol ao Brasil.
Cleaver reconhece que, entre os 15 times da USP, há ótimos jogadores: “Um time formado com atletas de todas as faculdades foi muito bom. Faltou treino e entrosamento, pois só tivemos um mês de preparação”. O mesmo problema foi apontado pelo técnico da equipe, Valter Sugarava: “Faltou conhecimento interno”.
O time não teve nenhum tipo de patrocínio na viagem, contando apenas com o apoio institucional da LAAUSP. Sugarava, que pratica o esporte há mais de dez anos e já atuou na seleção brasileira, lamenta a falta de incentivo: “Falta patrocínio. O atleta não consegue viver só de rugby no país”.
O ambiente universitário, apesar das adversidades, tem se mostrado fértil para o crescimento do rugby. “O rugby universitário já engrenou, sem dúvidas”, comenta Sugarava. Ele ressalta o grande número de praticantes, o elevado nível técnico, visto principalmente nas competições, e as condições oferecidas pela Universidade: “A estrutura básica da USP é excelente”.
O esporte será modalidade oficial do BIFE, próxima competição entre faculdades da USP, pela primeira vez nesta edição. Entretanto, falta ainda um torneio de rugby entre os times da USP. “O time da ECA perdeu vários jogadores que se formaram. Nosso desafio é atrair mais alunos do primeiro e segundo ano”, disse Cleaver.
Apesar de ter muito contato físico, o atleta acredita que o esporte é adequado para todos os tipos físicos: “Não importa se você é gordo ou magro, tem lugar no time. Exige preparo, mas isso vem com os treinamentos, que são bem pesados. Você cai na lama o tempo todo”.
Ascensão
Valter Sugarava também comanda a equipe de rugby da Poli, que ganhou todos os torneios que participou em 2011, entre eles o Interusp e o campeonato universitário. Recentemente, o time se sagrou campeão invicto da série B do campeonato paulista. Para Raul Dotta, aluno de engenharia e jogador da equipe, “é o campeonato mais difícil que jogamos”.
Com a vitória, o time da Poli teve direito a um jogo de acesso contra o Rio Branco, tradicional clube paulistano que está na série A, no qual os politécnicos foram derrotados. Por isso, Sugarava cogita não subir à divisão superior no ano que vem. “Vamos continuar na série B em 2012 e reforçar nosso time, para subir em 2013 preparados”, explicou.