Exposição inédita traz ao público acervo privado

Mais de 500 pessoas já passaram pela exposição “Coleção, Ciência e Arte”, que fica no Centro Universitário Maria Antonia (CEUMA) até 1º de julho deste ano. Um dos motivos para tanto sucesso está no fato de que a mostra é inédita e reuniu o trabalho de quatro instituições da USP, além do próprio CEUMA: O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) e os museus de Arte Contemporânea (MAC), Paulista (MP) e de Arqueologia e Etnologia (MAE).

IEB, MAE, MP e MAC são representados logo na entrada da exposição (foto: Jéssika Morandi)
IEB, MAE, MP e MAC são representados logo na entrada da exposição (foto: Jéssika Morandi)

As peças expostas integram a massa falida do extinto Banco Santos, que ficou sob a guarda da USP. Parte deste acervo privado, que conta com diversos itens importantes à história da humanidade, está agora à disposição do público. “Com ‘Coleção, Ciência e Arte’, a Universidade de São Paulo pôde assegurar ao público o direito de conhecer um patrimônio originariamente indisponível”, diz a professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, Pró-Reitora de Cultura e Extensão da USP, na apresentação da mostra.

A ideia de montar a exposição conjunta surgiu há cerca de dois anos, por parte da reitoria, e envolveu uma série de esforços da comunidade USP. Além dos diretores das cinco Instituições envolvidas e de funcionários, alunos da graduação e pós-graduação também participaram da preparação da exposição. “A montagem foi muito interessante porque mostrou que unidades da USP podem dialogar em busca do conhecimento e de agregar valores à sociedade. A articulação entre alunos, funcionários e professores foi fundamental para o sucesso da exposição”, comenta a professora Cecília Helena Salles Oliveira, diretora do Museu Paulista à época da inauguração da mostra, em 17 de novembro de 2011.

Esse trabalho em conjunto teve objetivos claros: ”A ideia central da exposição é revelar as potencialidades do colecionismo para a pesquisa e formação acadêmica. Existe ciência e arte em se fazer coleção”, explica o diretor do CEUMA, professor Moacyr Ayres Novais Filho. Dentro do tema principal, cada instituição escolheu seu foco: o MAE apostou em rituais indígenas e na arqueologia egípcia; o MAC, nas fotografias e telas de artistas modernistas e contemporâneos; o IEB, na cartografia – com mapas datados desde o século XVI – e o Museu do Ipiranga investiu nos instrumentos náuticos e de localização espacial. Este último teve que selecionar 22 peças dentre as cerca de oito mil que ficaram sob a sua curadoria. “Procuramos fazer um recorte que expressasse a relação da construção do conhecimento do homem a partir da natureza”, afirma a professora Cecília.

“O pessoal da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) costuma visitar exposições, mas pelo que vejo isso é mais difícil de acontecer com os alunos de outras faculdades, a não ser quando é alguma mais popular como a Bienal”, opina o estudante André Hiroyuki Yoshioka, do 6° ano de Arquitetura. “Grande parte do público que vem na exposição são pessoas que passam pela região, quem está na USP não vem muito”, concorda Marco Tonnani, estudante do 5º de História.

Para incentivar a visitação estudantil e a exploração pedagógica das obras expostas, o CEUMA convidou diversas escolas da região para conhecerem a mostra. As visitas escolares devem começar a partir do final deste mês e, para recebê-las, o Museu está montando uma equipe de ação educativa. Ainda há vagas para os alunos de graduação da USP que quiserem ser monitores bolsistas. Contato: (11) 3123-5200.