FEA limita salas para alunos do IRI

Ainda sem prédio próprio, alunos do Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI) têm encontrado dificuldades desde o ínicio do ano para reservar salas voltadas a atividades extracurriculares na Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis (FEA) – que cede parte de suas dependências para o IRI. Após ter cancelado todas as reservas de salas feitas pelos estudantes do IRI no começo do ano, a FEA limitou a reserva de apenas uma sala em um dia fixo da semana para as entidades do Instituto.

Para Leonardo Calderoni, Representante Discente na Comissão de Graduação do IRI, essa nova medida prejudica várias entidades, como grupos de estudos, a empresa júnior e projetos de extensão, já que o espaço em horário restrito não é o suficiente para abrigar todas as atividades extracurriculares que existem no IRI. Segundo ele, “as salas [durante o dia] ficam vazias, quem está no cotidiano da FEA sabe disso”. Tendo isso em vista, “a restrição não faz sentido”.

Calderoni conta que, em assembleia do curso, os estudantes debateram o problema e determinaram que a cobrança pelos espaços para atividades extracurriculares fere o caráter público da universidade, além de dificultar a reunião e organização dos alunos.Heloísa Fimiani, integrante do Centro Acadêmico Guimarães Rosa, conta que eventos importantes como o Maio Cultural do C.A. e a Formação Aberta do projeto de extensão Educar para o Mundo terão de ser realizados na FFLCH.

A decisão de limitar as reservas de sala foi tomada após um problema maior ocorrido no começo do ano: segundo uma portaria da FEA baixada em fevereiro, o uso de salas da faculdade para atividades que não fossem aulas seria cobrado para o IRI, assim como para qualquer outra unidade da USP. Essa medida prejudicaria, além das entidades estudantis, as atividades administrativas e institucionais, como palestras, seminários e reuniões da diretoria. Em negociação com a FEA, a diretora do IRI, Maria Hermínia Tavares de Almeida, conseguiu a liberação das reservas para as atividades institucionais e considerou o problema como solucionado. No entanto, a questão ainda não está encerrada para o C.A.. “Acho difícil que consigamos mais salas na FEA, mas não deixaremos de tentar”, comenta Heloísa.

Olga Maria Zulzke de Miranda, assistente administrativa da FEA, nega a afirmação de que salas na FEA ficam desocupadas durante o dia: “as medidas de cobrança foram implementadas porque a FEA estava sem condições de cumprir a demanda”. Segundo ela, os auditórios e congregações passaram a ser cobrados porque foram mais de mil solicitações de uso só em 2011. Além disso, afirma que a tabela de valores é negociável e foi baseada nos preços de outras unidades da USP, como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e a Faculdade de Direito.