Museu da USP oferece estágios e monitorias

Após reformulações, Museu de Anatomia Veterinária amplia público e cria metodologia para trabalhar com alunos em projetos temáticos
MAV tem público diverso: recebe desde alunos da escola básica até universitários de todo o Brasil (foto: Maurício Cândido da Silva)
MAV tem público diverso: recebe desde alunos da escola básica até universitários de todo o Brasil (foto: Maurício Cândido da Silva)

Neste mês, o Museu de Anatomia Veterinária (MAV) da USP ganhará destaque no I Simpósio de Cultura e Extensão da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ). O motivo são as parcerias de estágios e monitorias feitas com estudantes, a fim de contribuir com a formação acadêmica ao mesmo tempo em que diversifica e atualiza sua exposição fixa, chamada “Dimensões do corpo: da anatomia à microscopia”. Esta foi inaugurada após uma série de reformulações pelas quais passou o espaço em fins de 2010 – entre trocas de lâmpadas e criação de site próprio – e que lhe garantiram um aumento de público de cerca de 30% no ano de 2011, totalizando 5300 visitantes.

O MAV possui todo o seu acervo exposto. Apesar das doações que recebe, suas limitações físicas não permitem que haja uma reserva técnica para disponibilizar materiais para estudos ou efetuar trocas de peças da exposição, por exemplo. Uma alternativa encontrada para contornar isso e dinamizar sua exposição de longa-duração é a reorganização de itens em novas vitrinas. “Resolvemos criar mini-exposições temáticas, contando com a ajuda dos alunos e sempre lembrando que o nosso foco é a anatomia veterinária”, explica o professor Francisco Javier Hernandez Blazquez, responsável pelo MAV e vice-diretor da FMVZ.

Os projetos

A primeira delas foi sobre embriologia e envolveu a participação de alunos da própria FMVZ através do programa Aprender com Cultura e Extensão, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP. “Pensando em como envolver os alunos com o MAV, levamos os bolsistas para conhecerem outros museus e conversarem com seus educadores, a fim de entenderem um pouco mais sobre a dinâmica de organização de uma exposição, que tem um método muito específico. Uma vez de posse do material e dos conceitos, elaboramos um jeito de inseri-los no circuito expositivo e montamos a vitrina”, afirma o especialista em museologia e chefe administrativo do Museu, Maurício Cândido da Silva.

Neste mês, uma nova vitrina de quatro metros de comprimento por três de altura e que conta com cerca de 40 aves terá sua comunicação visual finalizada e ficará totalmente pronta. Ela foi desenvolvida durante o segundo semestre de 2011 por alunos do curso de Licenciaturaem Ciências Biológicas do Instituto de Biociências (IB) da USP. Dentro da disciplina “Ensino em Biologia”, três grupos de estudantes escolheram realizar seu estágio de 120 horas no MAV e trabalharam com a ideia de agrupar peças de aves que antes estavam expostas aleatoriamente. O tema explorado na vitrina é a relação direta entre hábitos alimentares das aves e sua anatomia. “O contato com o acervo do Museu foi riquíssimo para a minha formação. Ele tem peças bastante raras e uma coleção de esqueletos montados única na América Latina. O desafio maior foi trazer um caráter evolutivo para sua exposição, pois os conceitos de evolução apresentados em uma sequência facilitam o aprendizado da própria anatomia”, discorre Thales Hurtado, que participou do estágio no MAV em seu último semestre na Licenciatura e penúltimo no Bachareladoem Ciências Biológicas.

A próxima a realizar estágio no Museu é Julia Zitelli, aluna do 7º semestre do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Durante cerca de três meses, a partir de abril, ela trabalhará com o desenvolvimento dos diferentes tipos de ovos. “O acervo do MAV é uma fonte quase inesgotável de informações, que serve tanto para estudantes de graduação como para a escola básica. Espero aprender com o projeto desenvolvido e conhecer coisas novas”, diz ela. Existem ainda dois outros projetos em andamento no Museu, sobre osteologia canina e circulação sanguínea.

Monitorias

O MAV também possui monitores-bolsistas, que podem ser alunos de todos os cursos. Preparar as peças para a exposição, auxiliar nos projetos do Museu e atender às escolas visitantes são algumas das tarefas destinadas a eles. “A experiência de monitoria tem sido sensacional. A exposição do MAV traz um conhecimento que a maioria das pessoas não têm, como entender as mais variadas particularidades de cada animal, suas semelhanças e sentir a textura de algumas peças que são destinadas para esta finalidade. O Museu está contribuindo bastante para a minha formação e o contato com o público é bastante gratificante”, diz Rodrigo Nascimento, estudante do 3º semestre de Medicina Veterinária da FMVZ.

Camila Gir, também monitora-bolsista do MAV e aluna do 3º semestre de Medicina Veterinária da FMVZ, concorda: “A experiência tem sido muito boa e ampliou a visão que eu tinha do Museu. Eu nem sonhava que iria me envolver em um projeto educativo, mas agora já posso ver que a exposição pode ser muito útil para conscientizar proprietários de animais, por exemplo”. A candidatura às bolsas é feita através do Programa Aprender com Cultura e Extensão da USP.

Serviço – Exposição: “Dimensões do corpo: da anatomia à microscopia”

Terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábado, das 9h às 14h
Local: Museu de Anatomia Veterinária da FMVZ-USP
Endereço: Av. Orlando Marques de Paiva, 87, Butantã, Cidade Universitária, São Paulo – SP
Entrada: R$6,00 a inteira. Gratuita para comunidade USP, crianças de até 6 anos, idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência, acompanhantes de grupos e alunos da rede pública com visita agendada; membros do ICOM BR e na primeira terça-feira do mês.
Contato: (11) 3091-1309; http://mav.fmvz.usp.br/