Univesp e IMD oferecem educação a distância

A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) oferece cursos de graduação e pós em diversas áreas do conhecimento que mesclam aulas presenciais com atividades que podem ser realizadas pela internet. Na mesma linha, no segundo semestre deste ano a USP pode vir a aprovar o Instituto de Midias Digitais (IMD), cujo nome ainda é provisório, mas que pretende desenvolver ensino, pesquisa e extensão com base em vídeos, imagens, áudios e textos também por meio da internet.

A ideia dos projetos é similar: disseminar informação por meio do uso de novas tecnologias. O professor Gil da Costa Marques, do Instituto de Física (IF) e um dos responsáveis pelo pedido de criação do IMD diz que “a ideia é proporcionar aos alunos, professores e comunidade em geral, ferramentas que facilitem o acesso à Universidade, complementares ao estudo presencial.” Já o coordenador da Univesp Carlos Vogt comenta: “a Univesp apresenta cursos universitários e tem planos de criar cursos, visando a formação do cidadão”.

Porém, existem diferenças na forma de oferta dos cursos. Enquanto o IMD pretende ter todas as suas aulas abertas ao público, a Univesp tem como procedimento convênios feitos para a realização de vestibulares como o feito com a Fuvest para o curso semipresencial de Licenciatura em Ciências. Isto porque, explica Marques, a intenção do IMD é “a extensão do conhecimento a pessoas com dificuldade de acesso à Universidade por uma questão de trânsito ou por morarem em locais diversos do país.” Já Vogt insiste na ideia de que a Univesp não fornece educação a distância, mas cursos semipresenciais que se utilizam de recursos como a internet como complemento.

Do ponto de vista acadêmico, a diferença é que a Univesp “oferece cursos em parceria com as universidades estaduais paulistas e com o Centro Paula Souza, além de cursos autônomos”, de acordo com Vogt. Enquanto o IMD será responsável por cursos de acordo com as necessidades de cada unidade da USP, preservando suas autonomias.

O discurso de ambos é unívoco, no entanto, quando se fala sobre a questão de relacionamento entre professor e aluno. O professor Marques, por exemplo, afirma que as aulas virtuais “ não substituem as aulas presenciais”, mas dão ao aluno acesso ao conteúdo da mesma em outro horário ou local, quando não possa comparecer à sala de aula. Havendo também a possibilidade de que se contabilize a presença “uma vez que é possível controlar o acesso do aluno ao sistema. Ele diz que, no entanto, “cada professor estabelece a quantidade ou porcentagem de aulas virtuais que conta como frequência”.


Recursos

A diferença básica na forma de obtenção de recursos entre os dois é que a Univesp é uma fundação que será gerida a partir de “financiamento público do Governo do Estado de São Paulo que nada tem a ver com o Imposto de Circulação Sobre Mercadorias (ICMS)” explica Carlos Vogt. Enquanto “o IMD será um Instituto da USP e utilizará recursos fornecidos pela própria universidade”, de acordo com o professor Marques.

Errata
Diferentemente do informado na edição impressa do JC, Carlos Vogt não ocupa mais o cargo de Secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo. A Secretaria foi extinta em 2011.