Engenharia de Petróleo já tem aulas em Santos

O curso de engenharia de petróleo pertence à graduação da Escola Politécnica (Poli) desde 1999. Durante 13 anos, ele foi ministrado na Cidade Universitária de São Paulo, mas sua transferência neste ano para a cidade de Santos foi aprovada, com 91 votos a favor, 8 contra e 10 abstenções.

A abertura oficial do curso, em seu novo endereço, ocorreu durante a semana de recepção dos calouros deste ano com uma cerimônia oficial pela manhã e uma apresentação do curso e dos professores do departamento de Engenharia de Minas e Petróleo à tarde. Mas foi no dia 1º de março que a primeira turma de ingressantes, composta por dez alunos, começou a ter aulas.

As aulas são ministradas pelos mesmos professores que hoje lecionam no curso em São Paulo. Alguns deles são fixos, mas outros ainda se deslocam no eixo São Paulo-Santos para garantir o funcionamento adequado da grade curricular. A meta do diretor da Poli, José Roberto Cardoso, é de que no vestibular de 2013 aconteça uma expansão para 50 vagas neste mesmo curso e contratem 30 novos docentes.

Há alguns anos, o aluno ingressante na Poli cursava o primeiro ano na grande área de conhecimento (curso básico), no segundo ano escolhia cursar engenharia química e, somente no terceiro ano, se especializava na engenharia de petróleo. Atualmente, o funcionamento desse ingresso na Poli mudou. No primeiro ano o aluno entra na engenharia de petróleo e cursa o ciclo básico de ensino já no novo campus. No terceiro ano, as aulas se tornam mais específicas. A estrutura necessária para aulas multidisciplinares, como laboratórios, estará pronta até que os ingresantes precisem.

A instalação do curso é ligada à formação de profissionais para as demandas da exploração do pré-sal na Bacia de Santos. “[O curso] representará um papel importante no Parque Tecnológico de Santos, que tem na área de petróleo e gás um de seus focos de atuação”, diz o prefeito da cidade João Paulo Tavares. Dentre as principais questões que preocupam os alunos está o fato de que a transferência foi rápida, sem que um planejamento e construção de infraestrutura fossem devidamente organizados. Os alunos estão divididos quanto a essa decisão – o Representante Discente se absteve do voto na ocasião da decisão.

Ao ser indagada sobre essas questões, a assessora de imprensa da Reitoria, Adriana Cruz, revelou que as discussões com relação a este curso são realizadas há mais de dez anos e que somente agora, em 2012, o espaço para a concretização da transferência foi cedido à USP. Além disso, segundo Adriana, o procedimento normal de implantação de um curso é compor a infraestrutura no decorrer de seu andamento, portanto não serão prejudicados os alunos que ingressarem a partir de agora. A delegacia de ensino, que divide o prédio com o curso, deixará o local ainda neste ano. “O curso continua sendo da Poli, a diferença é que será ministrado em Santos, mas no diploma estará como parte da graduação da Escola Politécnica”, completa a assessora.

O chefe do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo, do campus da capital, Laurindo de Salles Leal Filho, complementa: “O profissional continuará sendo capacitado para atuar em diversos segmentos da cadeia produtiva do petróleo, desde os estudos geológicos iniciais, passando pela perfuração de poços até a produção e o processamento primário do petróleo e do gás. O foco do ensino será o mesmo no campus do litoral”.