Alunos do Núcleo de Consciência Negra foram prejudicados por assalto em julho

No penúltimo fim de semana de julho, o Núcleo de Consciência Negra (NCN) foi assaltado. O crime aconteceu após a demolição do espaço ocupado pelo Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), nos barracões atrás da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). Após a saída do CAVC, a sede do NCN ficou vulnerável.

O prejuízo ainda não foi totalmente calculado, mas o NCN estima um valor em torno de R$ 3 mil reais, a maior parte levada em equipamentos. “O problema é que todo o material era usado durante as aulas, então elas foram extremamente prejudicadas”, ressalta Gilberto Américo, coordenador do núcleo. A entidade, que possui cerca de 170 alunos em os cursos de idiomas e o cursinho pré-vestibular, está pedindo doações para conseguir novos equipamentos, e arrecadar dinheiro para comprar um projetor,  mas para o coordenador: “O prejuízo mais grave é que tivemos que construir uma parede para tapar o buraco.”

Estrutura danificada deixou sede do NCN vulnerável (foto: Luisa Granato)
Estrutura danificada deixou sede do NCN vulnerável (foto: Luisa Granato)

A área dos barracões, onde se localiza o Núcleo de Consciência Negra, está sendo remodelada, o espaço será destinado ao Centro de Difusão Internacional e a nova sede da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Ainda não existe uma definição, por parte da reitoria, sobre um local para onde a sede da entidade será transferida, pois, primeiramente, seria necessário que se firmasse um convênio entre o Núcleo de Consciência Negra e a Universidade de São Paulo.

O NCN foi fundado em 1987 por servidores técnico-administrativos, docentes e estudantes, com o objetivo de fomentar a discussão étnico-racial, principalmente na USP. Contudo, para a reitoria, o núcleo não tem nenhum vínculo com a universidade, e sua instalação e permanência no campus nunca foram formalizadas por meio de celebração dos termos pertinentes.

O núcleo está encaminhando as solicitações feitas pela Comissão de Políticas Públicas para a Inclusão Social da USP, órgão da reitoria responsável pela negociação. Para que o convênio seja firmado, a entidade afirma já ter retirado, por exemplo, o nome “USP” do logotipo. A denominação não pode ser utilizado uma vez que a entidade ainda não é vinculada à universidade. Outra exigência é a gratuidade dos serviços oferecidos. A entidade, no entanto, diz cobrar somente pelos materiais, custo com o qual não consegue arcar, pois se trata de uma organização sem fins lucrativos.

O reitor assegurou, no Conselho Universitário, que não haverá retirada do Núcleo do local hoje utilizado. Contudo, a mudança para outro local na USP está condicionada à legalização da situação do NCN.

O Núcleo de Consciência Negra aceita doações do público em geral. Elas podem ser entregues na sede da entidade, que fica no bloco 3, na área dos barracões atrás da FEA.