Reitoria pede despejo de família que mora no Crusp

Universidade acusa ex-estudante de Filosofia de participar e organizar assembleia que deliberou a ocupação do Bloco G do conjunto residencial

Amanda Freire, ex-estudante de filosofia eliminada via processo administrativo por supostamente ocupar a chamada Moradia Retomada (Bloco G do CRUSP), está sendo despejada de seu apartamento no Bloco A do CRUSP, onde morava com seu marido e seu filho de 11 meses.

A reintegração de posse ficou marcada para o dia primeiro de outubro, mas ainda não ocorreu. Estudantes e movimentos organizaram uma vigília em defesa da aluna em frente ao seu apartamento na madrugada entre o dia 30 de setembro e o dia primeiro. Os estudantes também protestaram contra a SAS (Superintendência de Assistência Social, antiga COSEAS) e as ações da reitoria.

Amanda foi expulsa da universidade em dezembro de 2011, ao lado de outros sete estudantes. A justificativa da USP foi de que “na qualidade de integrante da AMORCRUSP” ela teria participado “dos atos perpetrados por aquela associação atinente à organização, deliberação e invasão da Divisão de Promoção Social da COSEAS”.

Para ela, o fato de ter sido eliminada por fazer parte da gestão de uma entidade que tem como objetivo organizar estudantes configura perseguição política por parte da SAS e da Reitoria.

Mais além, a estudante alega que não estava presente no dia da assembleia que deliberou a ocupação. “Tinha que trabalhar no dia seguinte, só fiquei sabendo [da ocupação do Bloco G] de madrugada. Sai de pijamas. Fui lá, vi e voltei”, esclarece

Atualmente, Amanda está com seu marido e seu filho em casa de amigos. A família decidiu não permanecer no apartamento por medo de complicações legais decorrentes da reintegração de posse. “Quem consegue alugar uma casa em apenas 20 dias?”, questiona-se. A seu ver, “morar no CRUSP não é uma alternativa, mas sim uma falta de opção. Esse é o papel que a COSEAS não cumpre. Eles negligenciam aqueles que precisam. É por isso que a gente deve comprar essa briga.”

Foto: Giovanni Santa Rosa

Procurada pelo Jornal do Campus, a SAS não respondeu os questionamentos enviados até o horário de fechamento do jornal.