Centro de Práticas Esportivas tem problemas de acessibilidade

A USP nos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos 2016 – Programa de Incentivo e Suporte técnico-Esportivo levará a universidade para os Jogos Olímpicos de 2016. O objetivo do projeto, lançado em dezembro de 2010 e iniciado em junho de 2012, é inserir a USP técnica, científica e pedagogicamente nas Olimpíadas e oferecer incentivos para atletas e paratletas, como avaliações clínico-funcionais e exames de diagnóstico de saúde, além de educação continuada de atletas e treinadores das equipes. Alunos da USP e monitores (estagiários de cursos de Graduação e Pós-Graduação que atuarão junto aos grupos de pesquisa e laboratórios de avaliação) poderão receber bolsas.

Embora o programa ofereça vagas, nenhum atleta paraolímpico se inscreveu. Segundo a assessoria da reitoria, não há informações de atletas com deficiência na USP. Apesar dessa ausência, foi verificado se a USP teria condições de oferecer acessibilidade a possíveis atletas com deficiência no Centro de Práticas Esportivas (CEPE-USP).

A Lei Federal nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, estabelece os direitos básicos das pessoas com deficiência, o que inclui o direito de ir e vir. As Leis Federais nº 7.853/89 e 10.098/00 garantem o apoio às pessoas deficientes assim como critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida às vias públicas, parques, espaços públicos, edifícios públicos. As leis também levam em consideração espaços coletivos, edifícios privados e veículos de transporte coletivo.

Valas e desníveis são barreiras físicas (foto: Jaqueline Mafra)

Fernanda Cervenka, estudante de Terapia Ocupacional, trabalha no USP Legal, do Núcleo de Direitos da USP, que visa a implementação de políticas e ações ligadas à inclusão. Na entrada dos vestiários ela já destaca a altura dos bebedouros, que é muito elevada para os cadeirantes. No próprio vestiário é possível verificar que a altura das pias não é adequada.

Os deficientes visuais encontrariam dificuldades em localizar as instalações do CEPE. “Faltam placas em braile e pisos táteis, que informariam o acesso às quadras, além dos desníveis do chão”, afirma Fernanda.

A sala de musculação também possui problemas de acessibilidade. O local é pequeno e um cadeirante não conseguiria se mover com a cadeira entre os aparelhos. “Há um degrau e uma pilastra rebaixada, que não trazem nenhum aviso tátil às pessoas com deficiência visual, o que pode gerar algum acidente”, diz Fernanda. Degraus também foram encontrados na área de acesso às salas de aula, onde são realizadas aulas de box, por exemplo. Na parte de empréstimos de materiais esportivos, Fernanda pergunta se haviam materiais adaptados, como bolas de guizo usadas no futsal para cegos e responderam que não possuíam.

Apesar dos problemas, o CEPE é nivelado e as quadras externas e dos módulos têm fácil acesso a pessoas com mobilidade física reduzida. Todos os vestiários possuem rampas de acesso, banheiros e chuveiros acessíveis. “O CEPE possui alguma acessibilidade, mas está longe de ser ideal”, conclui Fernanda.