Edusp cinquentona

Manter uma editora no Brasil não é tarefa fácil. Se ela for universitária, então, novos desafios são impostos. A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) não poderia deixar de comemorar, portanto, seus 50 anos e, para isso, realizou o simpósio Livros e Universidades entre os dias 5 e 8 de novembro na Biblioteca Midlin.

A professora Marisa Midori, organizadora do evento, afirma que o total de inscritos, 400, ultrapassou as expectativas. Ela acredita que nunca houve simpósio similar no país e ressalta sua importância por movimentar os alunos da escola e conscientizar o público sobre o que é uma editora universitária. “O Brasil está em evidencia no mundo, o que nós colocamos agora foi o livro universitário brasileiro também em destaque”, aponta Marisa.

A primeira ideia era chamar só editores universitários. No entanto, os organizadores perceberam que a cadeia do livro é muito mais ampla. Por isso, foram escolhidos três eixos de discussão. O primeiro pensou a história e sociologia do livro. Outro eixo seria o editor como gancho na cadeia produtiva. E a última parte, até então pouco discutida, abordou os cursos para formação dos profissionais de editoração.

O professor Plínio Martins Filho, diretor-presidente da Edusp há 13 anos, afirma que uma editora universitária é fundamental para a universidade por ser o instrumento principal de divulgação do conhecimento e da produção cientifica.

Essas editoras devem publicar material de mérito cultural, e não comercial. Segundo Martins Filho, “não dá para você exigir que o mercado publique livros que não dão retorno financeiro”. Mesmo assim, consumidores e reconhecimento para a Edusp não faltam: há títulos entre os 3200 publicados pela editora esgotados e livros premiados.