Eleição de diretores não se dá por voto direto

Na maior parte das unidades, há pouca representação de estudantes e funcionários na escolha de seus diretores

Infografia: Wellington Soares

Das 29 unidades da USP localizadas nos campi da capital, apenas duas elegem os candidatos a diretor com a participação direta de todos os membros da comunidade. Em todas as outras unidades, o processo segue normas regimentais, em que têm direito a voto apenas parcela dos professores, alunos e funcionários.

De acordo com 46º artigo do Estatuto da Universidade, a escolha do professor titular que comandará a diretoria cabe ao Reitor, que o seleciona a partir de uma lista com três candidatos enviada pelas unidades.

Ainda de acordo com o estatuto, essa lista tríplice deve ser “elaborada pelos membros da Congregação e dos Conselhos de Departamento, especialmente reunidos para essa finalidade, cabendo a cada eleitor apenas um voto.”

“Cada uma das categorias que formam a USP participam da eleição por meio de seus representantes. Funcionários e alunos têm uma quantidade fixa de representantes, enquanto a distribuição dos docentes é diferente entre professores titulares, associados e doutores”, explica Celso Pereira Braz, representante dos funcionários no conselho deliberativo do IEE.

Apesar do acesso restrito, em muitas unidades ocorrem consultas à comunidade. Os resultados determinam os votos dos representantes e, em alguns casos, influenciam o resultado final. “Na última votação no Instituto de Psicologia, realizada neste ano, o professor Gerson Tomanari, obteve votação expressiva pelos docentes (67%) e pelos estudantes (68%)”, explicou a Assistência Acadêmica do IP.

A partir dessa votação, é encaminhado a reitoria, além dos nomes dos candidatos, a quantidade de votos obtida por cada um no processo eleitoral. Os critérios de escolha do Reitor podem variar. No caso do IP, por exemplo, ele realizou entrevistas com Tomanari e com a outra candidata, Maria Inês Fernandes. Por fim, a decisão foi de acordo com consulta pública.

Alternativas
Existem, entretanto, maneiras de contornar o Estatuto. Na Faculdade de Educação, por exemplo, é realizado desde 1998 uma votação direta para o cargo. Após recolhidos os votos de todos os docentes, alunos e funcionários, são realizados cálculos para que a quantidade final de votos se ajuste à de membros da congregação e dos conselhos departamentais.

Já na Faculdade de Medicina, todos os docentes têm direito a voto.

No Instituto de Eletrotécnica e Energia, inclui-se no Conselho Deliberativo “o diretor da Escola Politécnica, um representante do INMETRO, um especialista da área de energia e meio ambiente, um representante da Secretaria de Estado de São Paulo e um representante de instituições de pesquisa, desenvolvimento e da indústria, ”, informa Celso Pereira.