Lentidão marca projetos de segurança no campus

Providências tomadas para a prevenção e proteção da comunidade da USP ainda esperam ser concretizados, mesmo após um ano da greve de 2011 

A ocupação da Administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no dia 27 de outubro de 2011, desencadeou uma greve estudantil que teve como uma das principais discussões a segurança no campus. Um ano depois, o Superintendente de Prevenção e Proteção, Luiz de Castro Júnior, retoma o assunto e explica a situação de algumas projeções e realizações.

Planejamento
Castro traçou metas para a segurança da USP logo depois de tomar posse na Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária, em março. Entre elas, a de uma identidade visual da guarda universitária, atualmente em fase de finalização. Nesse projeto, haverá aquisições de novos trajes, grafismo dos veículos, novas instalações, entre outras.

Plataformas de Prevenção e Proteção Universitária também foram citadas. Inicialmente, para o desenvolvimento da meta, houve contato com a empresa júnior da Escola Politécnica (Poli), Poli Júnior, para envolver a comunidade USP no projeto, assim como foi considerada a participação de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Segundo informações da Poli Júnior, as plataformas atuariam automatizando algumas portarias de entrada e saída de pedestres e bolsões de estacionamentos. Atualmente, o projeto está sendo discutido com arquitetos para, em breve, partir para licitações. Houve envolvimento inicial da Poli Júnior por meio de uma reunião com Castro na reitoria no início de sua posse. No entanto, o Diretor Presidente da Poli Júnior, Rafael de Oliveira Leita, esclarece que o planejamento das plataformas não foi feito em conjunto com os alunos de engenharia.

Gabriel Lindenbach, Diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e estudante do curso de Geografia, sobre as determinações do superintendente diz que, “O DCE, SINTUSP e ADUSP foram contactados para participarem de decisões, mas elas acabam sendo tomadas da forma como ele [Castro] entende.”

Na lista do superintendente também está um Curso de Prevenção e Proteção que será analisado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão. O curso seria de 130 horas anuais com módulos à distância e encontros presenciais para a resolução de problemas práticos.

Situação
Castro afirma que é mantido o convênio com a PM. Ele explica que houve treinamento dos policiais desenvolvido pelo Comando da PM, no qual os policiais passaram por estágio de especialização em relação ao melhor conhecimento da comunidade uspiana. Segundo o superintendente, o valor do convênio está em minimizar a ocorrência de delitos e proporcionar maior percepção de segurança pela comunidade uspiana. “Não registramos incidente desde março deste ano, data de adequação da Superintendência como órgão de administração central, até o presente”, ressalta Castro. Lindenbach, no entanto, desmente a avaliação do militar lembrando recentes episódios de violência nos happy hours realizados na ECA.

Uma reivindicação importante levantada pelo movimento de 2011 foi sobre a presença de uma guarda feminina na guarda universitária. O superintendente considera que a presença dessas mulheres é de suma importância, entretanto explica que ela ainda não ocorreu devido a estudos em relação ao número de servidores, “com a nova concepção da Superintendência abrangendo todos os Campi e Unidades, demanda um certo tempo para os ajustes necessários pelos recursos humanos”.

Além da criação da guarda feminina, a greve iniciada no dia 8 de novembro do ano passado abordou o preparo da Guarda Universitária. Com relação a isso, Luiz de Castro Júnior afirma que, “de maneira cotidiana, está sendo pautado a garantia dos direitos individuais e coletivos.” Porém, o aluno de Geografia acredita que a guarda tende a zelar mais pelo patrimônio do que pelas pessoas da universidade.

Para o superintendente, “Temos um saldo muito positivo ao qual atribuo a toda comunidade uspiana e aos nossos órgãos de imprensa, sendo que a harmonia em relação aos fatores de prevenção e proteção universitária são visíveis.”